Vereadores e vereadoras de Campinas aprovaram nesta quarta-feira (4) uma moção de apoio aos jornalistas da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), com o intuito de sensibilizar o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15-Campinas) para que dê celeridade ao julgamento do dissídio de greve dos profissionais da empresa.
Com os salários em aberto desde dezembro passado, os trabalhadores e trabalhadores cruzaram os braços no último 14 de fevereiro e a paralisação, que completa 50 dias neste 5 de abril, ainda não foi julgada.
A moção, solicitada pelo vereador Pedro Tourinho (PT), é resultado da pressão dos jornalistas, que visitaram os gabinetes na tarde desta quarta-feira e, com faixas e cartazes, também participaram da abertura da sessão da Câmara e entregaram uma Carta Aberta ao presidente da Casa, Rafa Zimbaldi (PSB). Dos 24 vereadores presentes na sessão deste dia 4 de abril, 22 assinaram o documento.
“Nossa preocupação é que a empresa até agora não se colocou para discutir a questão com os jornalistas e nem propôs nada até agora. O que queremos é agilidade da Justiça do Trabalho, é sensibilizar o TRT para que julgue a greve o mais rápido possível”, relatou um grevista ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)
Na avaliação do vereador Tourinho, “é inadmissível uma instituição com a tradição da RAC não honrar os seus compromissos trabalhistas com tantos profissionais e por tanto tempo”, afirmou.
Diante da grave situação enfrentada, além da busca pelo apoio dos parlamentares de Campinas, os jornalistas também têm organizado diversas ações para dar visibilidade à paralisação e, nesta terça-feira (3), distribuíram Carta Aberta à População com panfletagem no centro campineiro.
Entenda do caso
Os jornalistas da RAC decidiram entrar em greve em 14 de fevereiro, pois a paralisação das atividades foi o único caminho para pressionar a empresa depois de dois anos em que os trabalhadores têm enfrentado constantes atrasos nos pagamentos de salários, benefícios e férias.
Além de metade do salário de dezembro, os salários de janeiro, fevereiro e março ainda não foram pagos, assim como o 13º de 2017. A empresa deve, ainda, seis meses de vales refeição e alimentação, bem como o adicional de um terço aos profissionais que saíram de férias nos últimos dois anos.
Os jornalistas já havia cruzados os braços em junho de 2017 e a greve garantiu a conquista de um acordo com a empresa, firmado junto ao TRT15-Campinas, estabelecendo o pagamento semanal de 25% do salário mensal para redução da dívida, mas a rede vem descumprindo a sentença.
Os atrasos se estendem, ainda, ao recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Imposto de Renda que, apesar de descontado diretamente em folha, não é repassado à Receita Federal, o que levou jornalistas a cair na malha fina.
Apesar do volume da dívida, em audiência no dia 28 de fevereiro, a única proposta da rede, prontamente recusada pelos profissionais, foi de quitar somente o vale alimentação devido até 9 de março. Na ocasião, a RAC ainda queria que os jornalistas voltassem ao trabalho e que aguardassem mais 30 dias para uma nova negociação.
Solidariedade na luta
Para colaborar com o pagamento emergencial dos profissionais da RAC, o SJSP abriu um fundo de greve e também está arrecadando cestas básicas na Regional Campinas, que fica na Rua Dr. Quirino nº 1319, 9° andar, no centro campineiro. Quem quiser colaborar, também pode depositar qualquer quantia na seguinte conta:
Caixa Econômica Federal
Agência 4070
Conta corrente 1143-3
(caso o depósito ou transferência seja entre contas da Caixa, o código da operação é 003)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
CNPJ 62.584.230.0001-00
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