Cerca de 300 jornalistas decidiram os rumos da Campanha Salarial de Rádio e TV 2017-2018, em assembleias realizadas em todo o estado paulista entre os dias 1º e 5 de fevereiro, e mais de 90% votou “não” à proposta das empresas para retirada de diversos direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Assim, uma contraproposta, construída coletivamente e aprovada pelos jornalistas, foi entregue nesta terça-feira (6) ao Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado São Paulo (Sertesp), na oitava negociação da Campanha Salarial (saiba mais).
Apesar do pouco tempo para a realização da consulta, a participação da categoria foi maior nas assembleias deste mês de fevereiro do que nas ocorridas em janeiro, mostrando que cresceu o engajamento dos jornalistas na campanha salarial. O amplo debate, sobretudo em tempos de “reforma” trabalhista, é que permitiu a construção da contraproposta entregue neste dia 6 de fevereiro às empresas.
Confira os detalhes da contraproposta entregue aos patrões.
Na consulta, alguns pontos não foram unânimes na votação. No caso dos salários e benefícios, a maioria da categoria aprovou o reajuste de 2,5% oferecidos pelas empresas, retroativos ao último dia 1º de dezembro. Porém, na capital paulista, a votação foi dividida, pois 54,5% dos jornalistas aprovaram o percentual proposto pelas empresas, mas 45,5% queriam que os itens econômicos fossem reajustados em 3%.
Quanto à retirada de cláusulas sociais imposta pelos patrões, o que vai excluir diversos direitos conquistados ao longo de anos na CCT, a questão segue gerando polêmica na categoria desde o início das negociações. Na consulta, a maioria dos jornalistas concordou com a modificação de alguns itens, como a diária de viagem, que as empresas pretendem substituir pelo pagamento simples das horas trabalhadas.
Para outros pontos, contudo, os profissionais reagiram mantendo a rejeição à proposta de exclusão de direitos e exigindo das empresas a manutenção das cláusulas, entre as quais o quinquênio, que representa um pagamento adicional de 3% do salário a cada cinco anos de trabalho.
Nas assembleias, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) também abriu o debate sobre estado de greve como meio de enfrentar a intransigência patronal de forma organizada, com a categoria em alerta. A proposta recebeu apoio significativo em diferentes locais, mas, a avaliação da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras foi a de que ainda não se deveria adotar o estado de greve, e que a expectativa é por uma evolução positiva nas negociações com as empresas.