Diante da resposta oficial do governo do estado de São Paulo em não conceder reajuste salarial e nem dos vales alimentação e refeição, jornalistas e radialistas da Rádio e TV Cultura reuniram-se com seus respectivos sindicatos na tarde desta quarta-feira (29) em frente a emissora para tratar do congelamento salarial que atinge os profissionais há anos. Enquanto os jornalistas não recebem reajuste desde dezembro de 2013, os radialistas sofrem desde maio de 2014 sem a recomposição salarial.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Paulo Zocchi, lembrou que o Tribunal Regional de Trabalho de São Paulo (TRT2-SP) já garantiu o direito a um acordo com cláusulas sociais em 2016. “Nos últimos três anos, houve a tentativa de reconhecer o acórdão como um Acordo Coletivo de Trabalho, tal como acontece na EBC, mas o governo de São Paulo e a Fundação Padre Anchieta não celebraram o acordo”, destacou Zocchi. Na ocasião, o Tribunal não tratou das cláusulas econômicas por impossibilidade em determinar quais verbas do orçamento público seriam destinadas aos pagamentos.
No entanto, uma recente decisão do Superior Tribunal Federal (STF) reiterou que a Fundação Padre Anchieta é um ente público de direito privado. Com isso, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo vê novas possibilidades de atuação em favor da categoria.
Jornalistas e radialistas concordaram em iniciar a Campanha Salarial 2020 e devem convocar uma assembleia específica para meados de março para deliberar sobre a pauta de negociações. “Em primeiro de setembro, o Acórdão do TRT-2 perde a validade e, portanto, se não houver retorno da Campanha Salarial, há a possibilidade de iniciar um dissídio coletivo”, destacou o presidente do SJSP.
O SJSP se dispôs a manter o diálogo aberto com os jornalistas que pleiteiam a redução da intrajornada e, por isso, devem convocar novas reuniões e assembleias com o conjunto da categoria na tentativa de firmar um acordo específico com a emissora.