A proposta orçamentária do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) para 2022, que será discutida em assembleia virtual nesta quinta-feira (16/12) às 12h30 (leia o edital), mais uma vez coloca as mensalidades de sindicalizados como o item mais importante das receitas. Está prevista a entrada de R$ 1,41 milhão (47,1% do total) nesse item.
A ênfase parte da compreensão que somente a contribuição voluntária e regular de jornalistas para sua entidade é capaz de fazer frente às despesas que temos. Apesar de sua estrutura enxuta, o SJSP tem de dar conta de demandas em dezenas de redações em todo o estado de São Paulo.
No total, a estimativa de arrecadação do ano que vem é de R$ 2,99 milhões. O outro item de maior peso nesse total são as doações de jornalistas que obtêm ganhos de causa em processos movidos pelo Departamento Jurídico do Sindicato, com R$ 600 mil (20,1%). Em seguida, a contribuição negocial, descontada de jornalistas empregados e não sindicalizados, que também têm direito aos benefícios obtidos nas convenções coletivas de trabalho firmadas com os sindicatos patronais. Esse item responde por R$ 384 mil (12,8%).
Ajuste de valores
Para a obtenção do montante previsto de mensalidades, há expectativa de aumento do número de sindicalizações e ligeira elevação decorrente de um ajuste nos valores das mensalidades.
Desde 2019, quem trabalha com vínculo empregatício paga mensalidade proporcional de 1% do salário bruto, com tetos de R$ 60,00 (capital) e de R$ 38,00 (interior, litoral e Grande São Paulo). Para fazer com que o valor desse teto acompanhe a evolução salarial no período, a direção do SJSP propõe que seja elevado para R$ 70,00 (capital) e R$ 45,00 (interior, litoral e Grande São Paulo). A elevação só ocorrerá para colegas que recebem acima de R$ 6 mil (capital) ou de R$ 3,8 mil (interior). O reajuste é proposto para valer a partir de março do ano que vem.
Será proposta, para valer também a partir de março, o reajuste da mensalidade fixa do interior, litoral e Grande São Paulo. Irá, caso a assembleia aprove, de R$ 38,00 para R$ 40,00 (5,2% a mais).
Despesas
Do lado das despesas previstas, as principais mudanças em relação ao orçamento deste ano é a previsão de início de atividades presenciais. As reuniões da Diretoria Plena, por exemplo, que ocorrem virtualmente desde março de 2020, passam a ter a previsão de três encontros presenciais em 2022.
As grandes dívidas que impactaram a vida da entidade nos últimos anos foram acertadas em 2021. Ainda assim, o peso desse período de pagamentos se faz sentir, porque as reservas que o Sindicato conseguiu acumular em determinados períodos se exauriram no acerto dos débitos. A proposta a ser apreciada apresenta um saldo negativo de quase R$ 50 mil ao fim do exercício. Há a perspectiva de uma assembleia de revisão orçamentária, no ano que vem, para rediscutir a situação e buscar o equilíbrio necessário.
As dívidas do antigo Plano de Saúde do Sindicato (PSS) foram responsáveis por desembolsos de R$ 10 milhões, em valores atualizados, ao longo de 17 anos. A da Prefeitura, mais recente, exigiu gastos de R$ 440 mil desde 2020. “No período entre 2017 e 2021, tivemos saldo negativo acumulado de aproximadamente R$ 165 mil nas contas do Sindicato. Sem essas dívidas do PSS e da Prefeitura, teria havido saldo positivo de R$ 1,6 milhão. Não são números definitivos, porque os dados deste ano ainda são estimativas, mas dão a dimensão do problema”, explica o secretário de Finanças e Administração do SJSP, Cláudio Soares.
Veja abaixo um resumo da peça orçamentária a ser debatida na assembleia, com a estimativa de fechamento de 2021 e a previsão para 2022.
Resumo da proposta a ser apreciada pela Assembleia Geral (valores em mil reais)
Dados de 2021: estimativa
Dados de 2022: proposta a ser votada