Estagiar na profissão é um elemento fundamental para que o estudante de jornalismo possa desenvolver habilidades e conhecer a realidade da carreira. Sobretudo é necessário contar com o acompanhamento do professor ou coordenador pedagógico de sua faculdade e também de um profissional dentro da rotina da empresa.
Os conceitos da Lei de Estágio e as distorções ocorridas na prática do mercado foram os temas analisados na palestra do Prof. Franklin Valverde, que aconteceu na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de S.Paulo, em 03/10/2019. A atividade foi promovida pela Comissão Permanente e Aberta dos Jornalistas em Assessoria de Imprensa.
“Os estudantes não devem se sujeitar a trabalhar na condição de mão-de- obra barata. Precisam exigir que a faculdade cumpra a Lei do Estágio, que define responsabilidades do estagiário, da faculdade e das empresas”, alertou André Freire, diretor do Sindicato e Secretário de Relações Sindicais e Sociais, na abertura do encontro.
Valverde situou o histórico do estágio, que se tornou obrigatório a partir do Decreto Lei 972/1969. Antes, qualquer pessoa poderia exercer a profissão de jornalista. Em 25/09/2008 é definida a Lei de Estágio e, em 2015, com as novas diretrizes curriculares fica determinada a carga mínima de 200 horas.
Destacou que a FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas formatou normas como a da proporção do número de estagiários em relação ao total dos contratados. Assim, a empresa com 1 a 5 profissionais, deverá ter 1 estagiário; de 06 a 10 profissionais, 2 estagiários; de 11 a 15 jornalistas, serão 3 estagiários; de 16 a 26 profissionais, 4 estagiários; e acima de 27 jornalistas, 15% serão estagiários.
“O estudante deve ficar atento à necessidade do registro profissional como jornalista diplomado para que seja respeitado o piso salarial na relação de emprego”, disse Valverde. “A função pedagógica da escola é a de manter a supervisão efetiva do estágio para promover a reflexão entre as melhores práticas e como se dá a realidade no piso das redações.” O professor defendeu ainda a elaboração do relatório final, por parte do aluno, para incentivar suas competências.
Presente ao encontro Fred Ghedini, presidente do SJSP, entre os anos 2000 e 2006, período em que houve um acordo do sindicato com várias editoras e jornais para a inclusão dos estagiários. Hoje à frente da Associação Profissão Jornalista (APJOR), que luta pela criação do conselho profissional, Ghedini propõe estruturar a certificação da qualidade dos estágios.