A assembleia da campanha salarial de rádio e TV, realizada em três horários na última quinta-feira (29), reuniu cerca de 150 profissionais e aprovou o fechamento do acordo, com base na última proposta patronal, por ampla maioria, após quase oito meses de negociação. Apesar de aprovarem o reajuste, os jornalistas reafirmaram que o valor ofertado pelas empresas não faz jus ao trabalho jornalístico realizado pelos profissionais, especialmente durante a pandemia, e não demonstra o justo reconhecimento.
A partir da assinatura do Acordo, jornalistas empregados em empresas de rádio e televisão do estado de São Paulo terão reajuste de 2,25% nos salários de agosto e reajuste de 2,89% nos salários de outubro. Somando as duas parcelas, o índice de recomposição do período é de 5,2% – inflação registrada na data-base da negociação (dezembro de 2020).
O reajuste não é retroativo. A categoria receberá um abono de 21% do valor do salário de julho, pago até setembro, substituindo o retroativo. Para o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), o abono é uma imposição nociva do patronal, pois deixa de fora os reflexos salariais do reajuste salarial retroativo, que incidem nos valores do 13º e férias, e não é recebido pelos profissionais demitidos ou que saíram da empresa no período da campanha. A exceção se dá apenas aos profissionais demitidos em que o aviso-prévio projetado ultrapassa a data de 1º de agosto.
Durante a mesa de negociação, o SJSP deixou claro que considera a retirada da cláusula de PLR de 2020 uma excepcionalidade diante da pandemia. Durante a assembleia, os jornalistas apontaram o mesmo e reafirmaram que o tema voltará com ênfase para a pauta de negociação na próxima campanha salarial.
O SJSP já comunicou a decisão da assembleia às empresas e aguarda os encaminhamentos para assinar o acordo.