Na última quinta-feira, 2 de fevereiro, dezenas de profissionais que trabalham nas emissoras de rádio e televisão do estado de São Paulo estiveram reunidos em assembleia para avaliar a proposta apresentada pelos patrões do segmento. Em votação unânime, a categoria rejeitou a propostas das empresas, que não contava com a reposição inflacionária (de 5,97%) nas cláusulas econômicas e ainda dividia a categoria ao oferecer reajustes diferentes de acordo com a faixa salarial.
Em mesa de negociação que ocorreu no último dia 27 de janeiro, as emissoras apresentaram uma proposta de reajuste pela inflação, mas apenas para salários de até R$ 7 mil (na jornada de 5 horas) para trabalhadores de capital; de até R$ 4 mil (na jornada de 5 horas) para quem trabalha em cidades com mais de 80 mil habitantes; e de até R$ 3,8 mil (na jornada de 5 horas) para jornalistas de cidades com menos de 80 mil habitantes. Os salários acima dessas faixas teriam reajuste de 4%.
Ao debaterem a proposta patronal, a categoria considerou que o reajuste por faixas salariais seria um grande retrocesso nesta negociação, já que isso limita a progressão na carreira ao achatar os salários mais elevados, diminuindo ainda mais a perspectiva de conquistar rendimentos melhores com o passar do tempo.
Além disso, profissionais que trabalham nas cidades do interior e do litoral destacaram que as empresas se recusaram a aceitar a reivindicação de unificar os pisos dos municípios para além da capital. Atualmente, a diferença dos pisos das cidades com mais de 80 mil habitantes para as de menos de 80 mil habitantes é de menos de R$ 75 e poderiam ser perfeitamente incorporadas em um único piso, valorizando o trabalho dos profissionais que trabalham em todo o estado.
Diante disso, as e os jornalistas decidiram enviar uma contraproposta, também aprovada de maneira unânime. Para que as negociações não se estendam, a categoria deu foco à reposição pela inflação de 5,97% para todos os salários, além do reajuste inflacionário total nas cláusulas econômicas. Além disso, seguiram com a reivindicação da adoção de dois pisos (um da capital e outro do interior e litoral), além da garantia que as empresas abram negociações para a discussão de PLR.
O resultado da assembleia foi comunicado aos patrões, mas ainda não houve retorno por parte das empresas para o agendamento de uma nova mesa de negociação. Diante disso, devemos seguir unidas e unidos para preparar mobilizações e pressionar as empresas para que atendam as justas reivindicações da categoria nas próximas semanas.
Vamos à luta para garantir a reposição da inflação para todos os salários!