Jornalistas em jornais e revistas da capital decidiram, nas assembleias desta quinta-feira (1), paralisar as atividades por três horas na próxima quinta-feira, dia 8 de setembro. Os motivos pelos quais a categoria aprovou a medida são a intransigência patronal e a dificuldade em alcançar um percentual de reajuste que não represente arrocho salarial.
Passados três meses da data-base, as empresas oferecem reajuste pela inflação apenas para a faixa salarial de até R$ 6 mil. Acima disso, a categoria sofreria impactos com um reajuste menor em outras duas faixas, aumentando a perda conforme o salário aumenta.
A reposição da inflação também não chegará às demais cláusulas econômicas, de acordo com a proposta das empresas. O reajuste ficaria em apenas 7%, uma perda de cinco pontos percentuais no reajuste das cláusulas do vale refeição e auxílio-creche.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo (SJSP), Thiago Tanji, o descontentamento da categoria se materializa em uma paralisação, que é um instrumento legítimo e justo. “A decisão pela paralisação é, mais uma vez, um recado muito claro de que os jornalistas estão juntos e unidos em todas as redações que compõe a negociação de jornais e revistas da capital. A paralisação é o instrumento que acreditamos ser necessário, neste momento, para alcançarmos nosso objetivo, que é uma proposta melhor das empresas e fechar logo este acordo. A gente vai lutar para que, mais uma vez, as pessoas saibam o que está acontecendo e participem da paralisação”, declarou Tanji.
Diferentemente da paralisação de 2021, este ano a paralisação deverá acontecer de forma híbrida, uma vez que a categoria se divide entre os que estão trabalhando presencialmente e em home office.
Tanji destaca que a decisão pela paralisação é não só consciente como é madura, pois nasce do acúmulo de luta que a categoria vez fazendo no último período. “E, a partir das experiências que tivemos no ano passado, toda a categoria teve um aprendizado. Nesta campanha salarial, estamos repetindo o que deu certo e avaliando o que não deu tão certo no ano passado” afirmou o presidente do SJSP.
Ainda durante as assembleias, a categoria elaborou uma carta aberta às empresas. Clique aqui para ler.
Na véspera da paralisação, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo deverá divulgar as orientações e ações programadas para 8 de setembro.