Os jornalistas e radialistas da Rádio e TV Cultura entregaram nesta terça-feira (28) à Fundação Padre Anchieta (FPA) a pauta de reivindicações unificada das categorias para a Campanha Salarial 2018-2019. A campanha começou com assembleia de aprovação da pauta, no último dia 17 de agosto, e a data base é no próximo dia 1º de setembro.
A principal reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras é um reajuste salarial que reponha as perdas acumuladas nos últimos anos, desde que a FPA, alegando ser uma fundação pública, deixou de reajustar os salários e benefícios como sempre havia feito acatando a Convenção Coletiva de Rádio e TV das emissoras privadas.
Apesar de descumprir a Convenção do setor privado, a Fundação também não garante direitos do serviço público, tais como estabilidade de emprego e quinquênio, entre outros. Por isso, além da entrega da pauta à direção da emissora, as categorias querem uma reunião para dialogar sobre a situação com o governador de São Paulo Márcio França (PSB).
O último reajuste dos jornalistas foi em dezembro de 2013 e os profissionais querem a reposição da inflação do período, assim como os radialistas, que tiveram os salários reajustados pela última vez em maio de 2014. Desde então, o único reajuste pela FPA, de apenas 3,5%, foi em fevereiro de 2018.
Para os jornalistas, considerando as perdas desde o final de 2013 até fevereiro último, o percentual foi 27% menor que o necessário para repor a inflação de 30,5%, acumulada pelo INPC. No caso dos radialistas, a inflação acumulada no período desde maio de 2014 foi de quase 25,5%, sobrando 22% de prejuízo para o bolso dos profissionais.
As categorias também querem o estabelecimento de um piso salarial, de R$ 1.612,88 para radialistas, e de R$ 2.381,82 para jornalistas com jornada de 5h diárias e de R$ 4.168,18 para jornada de 7h/dia, além de reajuste no vale alimentação, hoje de R$ 83,14 para R$ 150 por mês, e no vale refeição, de R$ 20,70 para R$ 28 por dia, com desconto no salário limitado a 1%.
Jornalistas e radialistas ainda lutam pelo pagamento de um quinquênio, com percentual de 3% a 15% de acréscimo salarial a cada cinco anos na FPA, de acordo com o tempo total de trabalho na fundação, mais convênio médico para o conjunto dos profissionais e licença maternidade de 180 dias às trabalhadoras.