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Jornalistas definem nova contraproposta e empresas avaliam

Jornalistas definem nova contraproposta e empresas avaliam

Assembleia dos jornalistas realizada na última quarta-feira, 10 de março, com participantes de diversas empresas e de todo o Estado, decidiu encaminhar uma nova contraproposta às empresas, buscando acelerar a renovação da Convenção Coletiva, cuja data-base é 1º de dezembro de 2020. Dando mostras de grande disposição para negociar, os jornalistas concordaram em parcelar o reajuste salarial, desde que chegue à reposição integral da inflação no período, 5,2%. Decidiu-se também propor o parcelamento da PLR, desde que se mantenha o seu valor

Assim, a contraproposta adotada foi a seguinte:

a) reajuste salarial de 5,2%, parcelado em 3% a partir de 1º/12/2020 e 2,14% a partir de 1º/6/2021;

b) correção das cláusulas econômicas com os mesmos percentuais, nas mesmas datas;

c) manutenção da cláusula de PLR com a correção dos tetos, e pagamento em duas parcelas, com a última sendo paga até a folha de novembro/2021;

d) renovação dos demais pontos da Convenção Coletiva.

A proposta foi apresentada à mesa de negociação com as empresas na quinta-feira, 11 de março. As empresas haviam proposto, até agora, correção de 2,25% em março (com abono de 8%), de 2% em outubro, e zero de PLR. Ao final da reunião, as empresas se comprometeram a avaliar a contraproposta dos jornalistas e marcar uma nova reunião de negociação o quanto antes.

Apresentação da proposta

Para o debate em mesa, Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, em nome da assembleia, apresentou os argumentos dos jornalistas reportando, inicialmente, que a assembleia reunida em duas sessões na véspera reafirmou seu inconformismo com a proposta patronal abaixo da inflação e reiterou a flexibilidade da postura da categoria, que abdicou da discussão dos diferentes pontos da pauta para focar na reposição da inflação e manutenção da PLR.

Destacou então o recrudescimento da pandemia neste momento, com mais de 2.000 mortos por dia, para sublinhar a dedicação dos jornalistas, que mantêm o seu trabalho, como já fazem há um ano. Fez então um apelo para os RHs ali presentes: que olhem para suas equipes, vejam o sacrifício e a entrega, deem-se conta de que, ao longo de 2020, o jornalismo foi o pilar de sustentação das emissoras de rádio e TV. Os jornalistas sabem que são serviço essencial para a população brasileira, que precisa de informação para se proteger da covid-19. E as empresas têm colhido um aumento, às vezes inédito, de audiência. Os jornalistas estão firmes, colocando em risco sua saúde e a de sua família, e neste momento reivindicam basicamente a reposição da inflação e a manutenção dos rendimentos.

Ressaltou ainda que a inflação está em alta, tendo chegado a 6,22% no ano fechado em 28 de fevereiro (INPC), um ponto acima da data-base, pelos dados divulgados naquela mesma manhã. E todos têm consciência de que o custo de vida dos assalariados sofreu alta bem maior, já que subiram bem mais de 10% no período o custo dos alugueis, combustíveis ou alimentos, pontos que pesam fortemente no bolso dos trabalhadores. O preço do óleo de soja elevou-se 88%, o do arroz, 70%, o da batata, 48%. O representante do Sindicato informou ainda que, no caso da Rede Record, o plano de saúde aumentou quase 100%: “Provoca indignação o fato de um aumento tão peso num item essencial, ao mesmo tempo em que a empresa não concorda em corrigir os salários em apenas 5,2%”.

Referindo-se ao fato de que, na rodada de negociação anterior, as empresas tenham destacado, de forma sumária, a redução de 4,1% do PIB do Brasil em 2020, o Sindicato argumentou que, no Estado de São Paulo, onde as empresas operam, houve um crescimento de 0,4%. Em resumo, a economia manteve sua atividade, e o setor de rádio e TV se manteve relativamente preservado.

As empresas do segmento mantêm-se saudáveis. Temos acesso aos números da Globo: apontam que, apesar da queda de faturamento, houve manutenção da lucratividade, graças à redução de custos (que amplia a carga de trabalho dos que ficaram…). Quanto às demais, são visíveis a capacidade econômica de empresas que investem em contratações milionárias ou na aquisição de novas atrações, como é o caso da Record, RedeTV, Band, SBT, TVTem e EPTV. Em resumo, têm condições de dar a reposição salarial proposta.

Há ainda o fato de que, no segmento de jornais e revistas da capital, setor que tem desempenho econômico visivelmente mais modesto do que o de rádio e TV, obtivemos o reajuste pela inflação na data-base (1º/6/2020), de 2,05%, a partir do início de janeiro, e manutenção da multa da PLR na Convenção. O mesmo já havia ocorrido com jornais e revistas do interior (correção em 1º de dezembro). A categoria, portanto, não vê motivo para fechar um acordo pior para o segmento de rádio e TV, além do que há grupos econômicos presentes nos dois sindicatos, como a Globo e a EPTV.

Reivindicamos o reconhecimento das empresas ao trabalho dos jornalistas, que se expressa na recomposição dos salários e na manutenção do poder aquisitivo, na forma da PLR. É uma questão de equilíbrio interno dos gastos, bem como uma medida urgente para resolver as questões trabalhistas em meio ao esforço de trabalho da pandemia. Os jornalistas estão fazendo um grande esforço de negociação.

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