O Sindicato patronal aceitou a proposta dos jornalistas de que a multa da PLR, prevista na convenção coletiva, fosse paga até a folha de pagamento de maio, concluindo as negociações da campanha salarial 2020.
Em assembleia realizada na manhã de quinta-feira (18), os jornalistas haviam decidido aceitar a proposta patronal de reajuste salarial de 2,05% retroativo a janeiro para salários de até R$ 10 mil – e fixo de R$ 205 para os salários acima – e demais cláusulas econômicas a partir de fevereiro, e manutenção da multa da PLR (mas não concordaram na possibilidade de parcelar até setembro).
Além disso, foi aprovada na assembleia a proposta de que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) avance nas negociações sobre home office e banco de horas por meio da Comissão Paritária prevista na Convenção Coletiva de Trabalho.
Resistência
A campanha salarial do setor teve a data base em 1° de junho de 2020, momento em que as principais redações do setor se mobilizavam para enfrentar as imposições de redução salarial. Por isso, a categoria aprovou que a negociação das cláusulas econômicas fosse adiada para janeiro (as cláusulas sociais já estavam garantidas graças a acordo com validade de 2 anos realizado em 2019).
Embora tenha aceito a proposta patronal, a categoria manteve-se descontente durante a assembleia, que reuniu 100 jornalistas de diversas redações, com o fato de que as empresas se negaram a pagar retroativos, pelo menos, até setembro do ano passado, proposta dos jornalistas feita na última semana.
Agora, a categoria pretende iniciar a campanha salarial 2021-2022 imediatamente, uma vez que a data-base é 1 de junho. O objetivo é avançar na construção da pauta de reivindicações, permitindo que seja enviada ao sindicato patronal em março e, assim, garantir que as negociações aconteçam no período ordinário da CCT. Os jornalistas foram favoráveis a reunir esforços para reagir e resistir às tentativas de retrocesso dos direitos já conquistados.
Com isso em mente, a categoria formará comissão para aumentar a organização e mobilização.
Ainda nesta quinta-feira (18), o Sindicato dos Jornalistas expressou seu orgulho da participação da categoria nas assembleias realizadas na pandemia. “As assembleias abriram um canal no qual um grande número de jornalistas pode debater a campanha e tomar suas decisões livremente. É o início de um processo de organização das principais redações”, disse o presidente da entidade, Paulo Zocchi.