Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Empresas rejeitam reajuste pela inflação para todos

Empresas rejeitam reajuste pela inflação para todos

As empresas de comunicação avançaram muito pouco sua proposta à categoria na rodada de negociação ocorrida nesta quarta-feira (13/11), descartando a reposição da inflação para todos e criando um impasse para o prosseguimento da negociação.

Até agora, há acordo com as empresas sobre a renovação das cláusulas não econômicas da Convenção Coletiva (veja aqui) e sua vigência pelos próximos dois anos; persiste, porém, uma grande distância na questão econômica.

Na nossa data-base (1º/6), a inflação anual pelo INPC ficou em 4,78%. Para não corrigir plenamente os salários, as empresas alegam que enfrentam resultados negativos, que o índice “ficou elevado” e que não há condições econômicas de repor totalmente a perda. Na mesa de negociação, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo argumenta que as empresas estão reduzindo as redações, ampliando a carga de trabalho, e que, além da correção inflacionária – que apenas preserva o poder de compra dos salários –, a situação dá base a aumento real.

Na penúltima rodada, as empresas haviam proposto um reajuste de 4,78% para salários até R$ 7.000 e reajuste fixo de R$ 334,60. Ao longo de dez dias, diretores do Sindicato fizeram consultas diretamente nas redações, e, com a participação de mais de 550 jornalistas, houve rejeição acima de 95% dos votantes. A rodada deste dia 13 foi aberta com o relato da consulta, com o Sindicato deixando claro que a categoria rejeita de forma ampla a correção proposta, e espera, no mínimo, a correção da inflação em todos os salários.

Nesta situação, e descartando a correção pela inflação para todos de forma categórica, os representantes das empresas apresentaram a seguinte proposta:
– 4,78% de correção para os salários até R$ 8.000, com reajuste fixo de R$ 382,40, e pagamento das diferenças retroativas a 1º/6 em até três parcelas, a partir de janeiro.

Os jornalistas protestaram contra a proposta, por, diante da rejeição maciça da categoria, avançar muito pouco na direção de um acordo. Os representantes das empresas, por sua vez, descartaram de forma categórica a reposição da inflação para todos os salários, afirmando que não há condições econômicas das empresas. Criou-se um impasse na mesa, que ameaça o conjunto da própria Convenção Coletiva.

Prosseguimento
A bancada dos jornalistas reuniu-se à parte, então, para um debate interno, retomando-se a negociação depois. Na volta, os jornalistas fizeram as seguintes colocações:

– a fórmula de corte com reajuste fixo promove uma perda inflacionária acentuada à medida que os salários sobem acima da linha de corte. Em outros momentos do passado (contra a vontade dos jornalistas), houve linhas de corte. Na última vez, em 1º/6/2016, a linha de corte estava nos salários de R$ 13.472, o que, corrigido pelo INPC, estaria em R$ 14.486 em 1º/6/2019. O valor correspondente a 4,78% de R$ 14.486 é R$ 692. Caso houvesse essa linha de corte, a diferença entre um reajuste fixo e um reajuste percentual (por exemplo, um ponto percentual abaixo do INPC, 3,78%) acima da faixa é expressiva, como se vê na tabela abaixo:

– Por exemplo, caso se adotasse a linha de corte de R$ 14.486 para a correção inflacionária, e todos recebessem esse reajuste retroativa à data-base, e para os salários acima de R$ 14.486 houvesse a complementação dos 4,78% em 1º de dezembro, todos teriam 4,78% de reajuste em dezembro, e a perda dos profissionais que ganhassem acima da linha de corte seria relativa à diferença de salário a ser paga pelas empresas.

Considerando tudo isso, a bancada dos jornalistas voltou a explicar que o mínimo que seria aceitável a todos os jornalistas seria o reajuste de 4,78% para todos, e que a manutenção de uma proposta que provoca tantas perdas como a apresentada pelas empresas (4,78% para salários até R$ 8.000) leva a um impasse de difícil solução.

A bancada patronal, após recesso, reafirmou que a inflação para todos está descartada, mas comprometeu-se a fazer novas consultas internas e, até 22 de novembro, fazer um contato telefônico para sinalizar se há outra proposta e, neste caso, marcar uma nova rodada de negociação.


Saiba o que está em debate durante toda a Campanha:

Campanha Salarial Jornais e Revistas 2019-2020

 

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo