Os jornalistas do segmento de jornais e revistas da capital aprovaram por unanimidade, em assembleia virtual realizada nesta quinta-feira (21), a contraproposta da campanha salarial 2020-2021, aceitando o reajuste pela inflação (2,05%) retroativo para salários de até R$ 10 mil. Os salários acima de R$ 10 mil teriam reajuste fixo de R$ 205. Foi recusado, porém, que o reajuste entre em vigor só agora: a demanda é que seja retroativo à data-base, 1º de junho de 2020. Para facilitar a negociação, a categoria aceita que a diferença retroativa possa ser paga de forma parcelada até maio de 2021, quando finaliza a vigência da atual Convenção Coletiva de Trabalho.
Em contraposição a proposta dos patrões, que ofereceu reajuste zero para as demais cláusulas econômicas, a categoria reivindica o reajuste pela inflação de cláusulas como auxílio-creche e vale refeição, e pede a manutenção do pagamento da PLR.
Os jornalistas alegam que já sofreram com a redução salarial e o aumento da carga de trabalho durante a pandemia, enquanto as empresas gozaram da redução nos seus custos de operação com o estabelecimento do teletrabalho. Por isso, o pagamento retroativo é não só uma questão de justiça, como um reconhecimento das empresas pelos esforços coletivos realizado pela categoria.
Para sensibilizar o conjunto dos jornalistas do segmento, a assembleia decidiu encaminhar uma carta direcionada a todas as redações comunicando a contraproposta às empresas e confirmando a intenção de se organizar a mobilização coletiva em defesa do reajuste pela inflação pago retroativamente.
Nesta quinta-feira (21), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) encaminhou a proposta dos jornalistas ao sindicato patronal das empresas jornalísticas, propondo agendar a próxima rodada de negociação já na próxima terça-feira (26).