A greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Rede Anhanguera de Comunicação, que publica o Correio Popular, de Campinas, completou 10 dias nesta sexta-feira (23) e crescem o apoio e a solidariedade aos jornalistas, administrativos e gráficos, que cruzaram os braços no último dia 14 por conta dos atrasos de salários que chegam a três meses.
As categorias receberam vídeos com mensagens de apoio dos vereadores petistas Carlão e Pedro Tourinho, e também do coordenador da CUT Campinas, Carlos Eduardo Fábio, o Índio. No último dia 19, na 4ª reunião ordinária do ano na Câmara Municipal de Campinas, os profissionais já haviam recebido apoio dos vereadores Gustavo Petta (PCdoB) e Mariana Conti (Psol) em pronunciamento dos parlamentares na tribuna da Casa.
Colabore com o fundo de greve dos jornalistas da RAC
O vereador Tourinho expressou sua preocupação com a situação de constantes atrasos de pagamentos vivenciada pelos trabalhadores e também criticou a pejotização, forma de contratação ilegal a que muitos dos profissionais do jornalismo estão submetidos. Ele também destacou a importância da luta organizada para garantia de direitos.
“É muito importante que cada trabalhador dessa cidade, que já está sofrendo com a pejotização, com atrasos de salários, com condições inadequadas de trabalho, que se unam e se organizem para lutar por dignidade. (…) Contem com meu apoio e solidariedade porque a imprensa é importante, tem que ser independente e os jornalistas têm que ter capacidade de trabalhar com boas condições”, disse Tourinho.
O Carlão do PT destacou: “Num momento em que os direitos trabalhistas estão sendo retirados, não podemos admitir que em nossa cidade esses trabalhadores fiquem sem o salário depois de longos anos de trabalho. Reforço aqui nossa solidariedade e apoio a todos que estão lutando por salários não pagos pela RAC”.
O sindicalista Carlos Fábio, mais conhecido como Índio, lamentou os constantes atrasos de salário e expressou sua solidariedade às categorias “que estão sofrendo ataques em suas condições de trabalho e que estão aí todos os dias fazendo com que essa empresa possa ter seus lucros”.
O coordenador da CUT Campinas disse ainda, “nada mais é correto do que vocês terem também os seus salários em dia, que suas condições de trabalho sejam respeitadas. O atraso de meses é algo inadmissível para nós da Central Única dos Trabalhadores”, e finalizou colocando a subsede cutista e os sindicatos a ela filiados à disposição para apoiar os grevistas.
Até o momento, a direção da RAC não se manifestou sobre a greve nem apresentou proposta de negociação, e o dissídio será julgado em audiência na próxima quarta-feira (28), às 15h30, no Tribunal Regional da 15ª Região.