A Campanha Salarial de rádio e TV durou meses de negociação entre empresas e jornalistas e resultou na recomposição da inflação do período (1º de dezembro de 2019 a 31 de novembro de 2020), que foi de 5,2%.
“O resultado final dessa campanha salarial foi fruto da persistência e firmeza dos jornalistas de São Paulo que, diante das dificuldades, mantiveram, desde a data-base, uma perspectiva de que tinha que corrigir o salário pela inflação – isso era um ponto chave da campanha”, avaliou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Zocchi.
Mesmo com a garantia do reajuste salarial sem acúmulo de perdas futuras, Zocchi lamenta a falta de avanço na garantia do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Fechamos uma convenção que a gente pode dizer que reajusta o salário. Agora, vamos atrás da PLR empresa por empresa. Então, nosso Sindicato, na verdade, continua a campanha dirigida às empresas nas quais não houve o pagamento de PLR relativo ao ano de 2020”, destacou Zocchi.
CCT em vigor
Com a conclusão das negociações e a assinatura Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), os jornalistas do segmento terão dois reajustes, perfazendo uma correção total de 5,2%.
O primeiro reajuste será de 2,25% a partir de 1° de agosto 2021 e, em outubro, os salários da categoria recebem novo reajuste de 2,89%.
A Convenção também prevê uma alternativa a esse parcelamento, com a empresa optando por garantir 5,2% em correção única a partir de 1o de setembro.
Agora, a luta é pela PLR
Uma vez que a Convenção deixou de trazer uma cláusula que tratava da participação dos jornalistas nos lucros e resultados de cada empresa, o Sindicato dos Jornalistas considera que o direito dos trabalhadores à PLR relativa ao ano de 2020 segue em aberto. Isso porque a maioria das empresas de Rádio e TV do estado não têm nenhum tipo de programa negociado com a participação da entidade sindical.
Nesse sentido, o SJSP se prepara para buscar negociações em cada empresa. A diretoria que assume na próxima segunda (23), por exemplo, realiza ainda essa semana uma capacitação com o DIEESE sobre PLRs. Em breve, divulgaremos mais informações.
Em vez de retroativo, abono
Devido aos longos meses de negociação – a data-base da categoria é 1º de dezembro de 2021 -, os jornalistas terão direito a abono de 21% do seu salário (sobre o valor de julho, ou seja, antes de reajuste) que deve ser pago na folha do mês de setembro.
O valor substitui o retroativo que não foi concedido pelas empresas. A categoria manifestou desacordo com essa forma de pagamento, que exclui os jornalistas que saíram das empresas a partir de dezembro.
O abono será pago a todos os jornalistas ativos no mês de julho. Trabalhadores que foram demitidos no primeiro semestre precisam conferir a data de término do aviso prévio (mesmo nos casos em que ele tenha sido indenizado, é preciso projetar qual seria seu último dia de trabalho se o aviso tivesse sido trabalhado), pois o contrato de trabalho só se encerra após essa conclusão.
Para ler a CCT completa, clique aqui.
Os reajustes do piso da categoria e das demais cláusulas econômicas acompanharão o aumento de salários, com isso piso e demais reajustes econômicos incidirão em agosto e em outubro de 2021. (Veja valores ao lado)