As jornalistas em todo o Brasil estão articuladas e organizadas para escancarar um grito uníssono pelo fim da violência de gênero na profissão e contra todas as opressões. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) está articulando, juntos aos Sindicatos da categoria, uma agenda de mobilizações para marcar o mês de Março como período de luta das profissionais jornalistas.
As atividades a serem desenvolvidas são alusivas ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, e têm como objetivo contribuir com as reflexões a partir da perspectiva de gênero e também nas especificidades da profissão de jornalista. As ações resultam de orientações construídas coletivamente por representantes de 19 sindicatos de diversas regiões do país que compõem a Comissão de Mulheres da FENAJ.
A Federação orienta as trabalhadoras jornalistas a se integrarem às marchas, atos e manifestações das organizações de mulheres, movimentos sociais e sindicais nos Estados programadas, em sua maioria, para o próximo domingo (08/03). Este ano, as mulheres irão às ruas contra Bolsonaro, por democracia e por direitos.
A Comissão de Mulheres também está disponibilizando, desde o início de março, cards de divulgação com dados sobre o mercado de trabalho para a mulher jornalista e os principais problemas enfrentados por estas profissionais. No dia 6 de março, será publicado um manifesto da Federação em defesa das mulheres.
Atividades ao logo do mês
Para fortalecer março como mês de luta das mulheres da categoria, os Sindicatos de Jornalistas realizam rodas de conversa, debates, oficinas e aulas públicas, com o tema central “A mulher jornalista diante dos ataques e violações à liberdade de imprensa e exercício da profissão”. Cada Sindicato tem a liberdade de abordar temáticas correlatas inerentes à realidade local, buscando apoio de parceiros para promover suas atividades.
As atividades promovidas estão sendo divulgadas pelos perfis institucionais da Fenaj nas redes sociais (Facebook e Instagram) para ampliar a visibilidade das ações e integrar mais mulheres jornalistas à causa.
9 de março é dia de vestir lilás
A violência específica enfrentada pelas mulheres jornalistas tem crescido. Assédios moral e sexual são constantes entre as integrantes da carreira. Muitas repórteres não conseguem sequer concluir uma entrevista sem sofrer ataques, que se estendem também após a veiculação de seus trabalhos. Nesse cenário, a Comissão de Mulheres resolveu fazer a denúncia pública logo após o 8 de março. Assim nasce o Dia de Luta das Mulheres Jornalistas, com o lema “Lute como uma jornalista”.
“Portanto, convidamos todas e todos a se somarem ao Dia de Luta das Mulheres Jornalistas, contra os assédios moral e sexual e os ataques sexistas, machistas e misóginos, com as integrantes da categoria indo trabalhar de roupa na cor lilás no dia 9 de março (segunda-feira), para demonstrar um pedido unificado – e básico – de respeito”, reforça Samira de Castro, segunda vice-presidenta da Federação e integrante da Comissão de Mulheres.