Nossa categoria provou por diversas ocasiões o seu papel essencial, na linha de frente da cobertura da pandemia e exposta a ameaças e agressões enquanto realizava o trabalho de apuração quanto às ameaças antidemocráticas durante o período eleitoral. Ainda assim, o que recebemos de nossos patrões é o arrocho salarial, a precarização da profissão e as demissões.
Neste 1º de dezembro, que marca a data-base da Convenção Coletiva de Trabalho para jornalistas que trabalham nas emissoras de rádio e televisão de São Paulo, sentimos na pele a (pouca) consideração das empresas com o nosso trabalho.
Logo pela manhã, o Sindicato dos Jornalistas recebeu informações de demissões na CNN Brasil: em poucas horas, dezenas de jornalistas que trabalhavam na sede da emissora (localizada na Avenida Paulista, em São Paulo) perderam seus empregos. Números extraoficiais dão conta que cerca de 40 jornalistas da capital foram demitidos – de acordo com informações coletadas com diferentes fontes, mais de 100 postos de trabalho foram extintos nas diferentes praças da emissora.
Solicitamos uma reunião de emergência com a empresa, mas não obtivemos resposta. Assim, representantes da entidade foram até a sede da emissora cobrar explicações. Como resposta, a CNN não forneceu a quantidade de jornalistas demitidos, mas afirmou genericamente que realizará todos os pagamentos das verbas rescisórias.
Teremos uma reunião com a CNN Brasil e iremos apurar se a ação configura demissão em massa – neste caso, a empresa estava obrigada a dar ciência à entidade sindical sobre a intenção de demitir, o que não foi feito. Nesta sexta-feira, o Sindicato organizará uma reunião com os profissionais demitidos para discutir coletivamente a questão e como poderemos agir diante disso.
Neste mesmo dia 1º, também tivemos uma nova rodada de negociações com as empresas de rádio e televisão. Após apresentarmos reivindicações para o aprimoramento de cláusulas sociais (como o plantão aos finais de semana, Vale Refeição e diárias de viagem), o sindicato patronal afirmou simplesmente que não teria condições de atender ao pedido dos jornalistas. E manteve a proposta de reajuste de 4% – o índice oficial de inflação do período ainda não foi divulgado.
Diante disso, não resta outra alternativa: precisamos nos unir, aumentar nossa organização e lutar. No início da tarde, estivemos na porta da Rede Globo para conversar com os colegas e distribuir nosso panfleto com as informações essenciais da campanha salarial.
Toda solidariedade aos jornalistas da CNN Brasil! A hora de lutar por salários, dignidades e emprego é agora!