Há quase cinco meses, enfrentamos uma das campanhas salariais maisdifíceis dos últimos anos. Diante de uma inflação de 10,96% registrada em nossa data-base (dezembro de 2021), as empresas de rádio e televisão do estado de São Paulo apresentaram uma proposta de reposição de apenas 5,5% — o equivalenteà metade da inflação do período!
Para deixar bem claro o quanto a propostapatronal é absolutamente insuficiente dianteda realidade de preços nas alturas e perdado poder de compra, produzimos algumastabelas que podem ser conferidas a seguir.
Nelas, você confere como fica o reajustesalarial e o retroativo de acordo com cadaproposta. Por último, ainda te mostramosqual é a sua perda salarial de acordo com aproposta patronal.
A conta é simples: quem ganha R$ 5 mil,por exemplo, deveria ter um reajuste de R$548 e passar a receber R$ 5.548. Pela atualproposta das empresas, o salário passaria aser de apenas R$ 5.275. Se levarmos oquanto alguém que recebe R$ 5 mil deixariade ganhar até a chegada da próxima data-base, em dezembro de 2022, conseguimoster uma dimensão maior do problema — asperdas acumulam R$ 3.024!! Quem ganhamais, naturalmente, sofrerá perdas aindamaiores.
E para deixar bem claro: esses 10,96% dereajuste dizem respeito apenas à reposiçãode perdas inflacionárias! Como conseguirfazer as compras do mês, pagar asmensalidades escolares, aluguéis e bancaros demais serviços essenciais com tamanhorombo financeiro?
No último dia 24 de março, nossa categoriareuniu quase 200 jornalistas em assembleiae disse não à proposta patronal. Mas agora,as empresas simplesmente não nosoferecem uma nova proposta.
Diante disso, não resta outra alternativa doque aumentarmos a nossa união emostrarmos a nossa força de maneiracriativa: ações nas redes sociais, atividadesnas portas das emissoras e mobilizaçõesque demonstrem a coesão da categoria —como no dia em que toda a redação vesteuma roupa na cor preta.
Juntas e juntos, conseguiremos enfrentar aintransigência patronal e lutar por salários,direitos e dignidade. Jornalistas salvamvidas, defendem a democracia, fazem adiferença e estão em luta!