Salas virtuais de mobilização cheias, trending topic no Twitter e até os comentários (infelizes, jocosos e irônicos, é claro) de Jair Bolsonaro em sua live semanal. Após a paralisação de jornalistas que estão na campanha salarial de jornais e revistas da capital, a repercussão da mobilização reflete o histórico momento protagonizado pela categoria. Mas agora, as e os profissionais aguardam uma nova proposta dos patrões, com a expectativa de um avanço nas negociações para a reposição das perdas inflacionárias para todos os salários.
A paralisação pelo período de duas horas se estendeu às grandes redações da capital, com participação massiva em todos os veículos: Folha de S.Paulo, Estadão, Valor Econômico, Editora Abril, Editora Globo, O Globo e UOL, além da solidariedade de profissionais de outros órgãos de comunicação, como a Ponte.
A sala virtual que concentrou a mobilização, com capacidade para 250 participantes, rapidamente lotou e foi necessário abrir outro espaço para abrigar a categoria. Ao longo das duas horas, cerca de 350 jornalistas estiveram “reunidos” no ambiente virtual.
Mas a participação da categoria foi ainda maior nas redes sociais, com as hashtags #jornalistassalvamvidas e #jornalistasvãoparar chegando aos assuntos mais comentados do Twitter. Entidades sindicais de todo o Brasil, centrais sindicais, federações internacionais de jornalistas, personalidades e companheiras e companheiros de diferentes áreas se somaram na solidariedade ao movimento.
Após a mobilização, diferentes veículos de imprensa também repercutiram o ato organizado pela nossa categoria, como o Metrópoles, Brasil de Fato, Poder360 e Brasil 247.
Na quinta-feira (11), o presidente do Sindicato, Thiago Tanji, concedeu uma entrevista para o jornalista Paulo Moreira Leite para comentar sobre a paralisação:
O movimento repercutiu tanto que foi assunto até das famigeradas lives semanais de Jair Bolsonaro. Como não poderia deixar de ser, com uma abordagem desqualificada e baixa, que ironiza as dificuldades enfrentadas pela categoria, da mesma maneira que desprezou as centenas de milhares de mortes causadas pela pandemia e seus usuais atos de desprezo à dignidade humana.
Em seus comentários, Bolsonaro chegou a comentar sobre a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para os veículos de comunicação. Nas mesas de negociação, as empresas utilizavam o argumento da possível reoneração como justificativa para não conceder as reposições das perdas inflacionárias. “Nessa de desoneração de folha, os grandes interessados são órgãos de imprensa, televisões. Vai ser estendido para vocês também”, afirmou Bolsonaro.