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1° de Maio na capital paulista

1° de Maio é marcado por lutas em defesa de Lula e das vítimas do incêndio em SP

A mobilização unificada das centrais sindicais e movimentos populares na Praça da República, centro da capital paulista. Foto: Dino Santos/CUT São PauloA CUT, CTB, Intersindical e movimentos organizados nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizaram o tradicional 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. A atividade, realizada na Praça da República, no centro da capital paulista, foi mantida em solidariedade às 400 vítimas do incêndio ocorrido na madrugada desta terça-feira, bem como ao ex-presidente Lula, preso político desde o dia 7 de abril.

Durante o ato, que reuniu 10 mil pessoas, um minuto de silêncio foi feito. Logo depois, o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, cobrou a apuração do incêndio e apontou para as responsabilidades do poder público pelo desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo.

“Num momento tão difícil, num Brasil onde o déficit de moradia é de seis milhões, sendo um milhão apenas em São Paulo, é um absurdo ver representantes do poder público culparem as vítimas e criminalizarem o movimentos que lutam por moradia digna”, afirmou o dirigente, ao fazer referência ao atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e ao governador Márcio França (PSB).

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Assim como Izzo, a representante da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Natalia Szermeta, também lembrou das 150 famílias que foram afetadas pelo incêndio.

“Gostaria de falar para o prefeito e para o governador de São Paulo que a responsabilidade por essa tragédia é deles. As famílias não ocupam porque gostam, elas ocupam porque precisam. Quem ocupa não tem culpa. Convidamos a todos que se indignaram com isso, que se juntem aos movimentos por moradia, porque o governo (de Michel) Temer está tirando dinheiro da moradia popular”, ressaltou.

Coordenador nacional e estadual da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Sidney Pita, disse que o movimento promete ampliar as mobilizações. “O prédio desabou pela falta de responsabilidade do governo federal. Exigimos que o caso seja investigado e o número real de vítimas seja apresentado. Nos manteremos mobilizados até que as investigações sejam feitas”, cobrou.

Pelo Psol, Joselicio Junior, o Juninho, lembrou que a moradia no Brasil ainda é para os privilegiados e que a luta por habitação tende a ser fortalecida. “Vamos continuar brigando por moradia e dignidade e não vamos aceitar que os governantes coloquem a culpa nos moradores. Quero também lembrar a morte da guerreira Marielle Franco, que foi morta por conta da ousadia de enfrentar o sistema e denunciá-lo.”.

Liberdade a Lula

Douglas Izzo lembrou as mobilizações realizadas pela CUT nos últimos anos contra a terceirização e as reformas trabalhista e da Previdência e ressaltou que, defender Lula neste momento, “significa organizar os trabalhadores, fazer o debates nos hospitais, nas escolas, nas fábricas, na cidade e no campo, organizar comitês de trabalhadores. Significa defender um projeto democrático de país”, disse.

O golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff também não foi esquecido. O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, lembrou que a derrubada de Dilma aconteceu sem que ela tivesse cometido nenhum crime durante o seu governo e que, hoje, o Brasil é um país de joelhos para as grandes potências.

“A elite nunca admitiu que o poder do país estivesse na mão de uma frente partidária que defendesse a camada mais humilde do país. Tivemos o maior salário mínimo da nossa história e conseguimos eleger a primeira presidenta do país. Do golpe pra cá, sofremos muito por conta da reforma trabalhista e da PEC do congelamento de investimento público em saúde e educação. Cabe a nós, trabalhadores, eleger parlamentares e presidente comprometidos com os anseios populares”, apontou.

Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, trouxe aos participantes uma mensagem do ex-presidente Lula. “O presidente Lula continua muito indignado. Mas segue sereno e pede para que nós mantenhamos as esperanças e a luta, pois a vitória irá ocorrer”.

Marinho reforçou à militância que os direitos políticos de Lula não foram cassados, portanto, ele segue como pré-candidato à Presidência da República. “É importante seguirmos na luta para garantir Lula nas urnas, pois ele representa a esperança das crianças, da juventude, dos negros, dos LGBTs, dos homens e mulheres que estão desempregados graças a esse governo golpista”.

Na ocasião, ele também fez críticas a João Doria (PSDB), que abandonou recentemente a Prefeitura de São Paulo para disputar outro cargo. Nesta terça, Doria disse que uma “facção criminosa” ocupava o prédio incendiado. “Ele se diz ‘João Trabalhador’, mas de trabalhador não tem nada, nem a palavra. Ele não tem caráter pra dizer algo assim diante do que foi sua gestão.”

Pré-candidata à Presidência da República, a deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) discursou no início da atividade e, logo depois, seguiu para a cidade de Curitiba (PR), onde participa do ato nacional. Ela criticou as reformas do governo golpista de Michel Temer (MDB) e pediu unidade da classe trabalhadora como forma de barrar a escalada conservadora do país. “Estamos vivendo num Brasil sob o golpe, o que tem aprofundado as desigualdades, que destruiu a CLT e mantém Lula preso. Precisamos construir uma alternativa para que o Brasil possa se desenvolver garantindo direitos ao povo.”

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