A mobilização organizada nos últimos anos pela categoria de jornalistas que trabalha nas emissoras de rádio e televisão do estado de São Paulo é um dos principais fatores que ajuda a explicar o desfecho de uma Campanha Salarial vitoriosa.
Nesta quinta-feira, 21, o Sindicato dos Jornalistas assinou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2023/2024, que garante reposição com aumento real para a categoria e a reconquista da cláusula do Quinquênio (também chamada de Adicional por Tempo de Serviço, ATS).
Diante de uma inflação de 3,85% de acordo com o INPC, a categoria conquistou um reajuste de 4% para todos os salários. Nos pisos, houve correção de 4,5% para quem trabalha nas cidades do interior e litoral, diminuindo um pouco as desigualdades para profissionais da capital.
O Vale-Refeição também passou por valorização acima da inflação, passando a valer R$ 28 na capital (reajuste de quase 18%) e R$ 25,91 no interior e litoral (reajuste de 20%).
Além disso, as empresas concordaram em reestabelecer a cláusula de Contribuição Negocial, que já é praticada em outras CCTs da categoria e é uma maneira de garantir a sustentação do Sindicato responsável por organizar a categoria.
Outro avanço foi a mudança da data-base para novembro, o que melhorará a dinâmica da negociação.
Em relação à cláusula do Quinquênio, no caso das empresas que deixaram de praticar o benefício no período em que a cláusula estava fora da Convenção Coletiva de Trabalho, será calculado o tempo integral do período trabalhado, reestabelecendo o pagamento a partir do mês subsequente. Ou seja, caso alguém tenha sido admitido em 2013 em uma empresa, passará a ter seu salário acrescentado em 6% (o equivalente a dois períodos de quinquênio). Se entrou em 2018, terá direito a um quinquênio, de 3%. Em assembleia realizada na última terça-feira, a categoria rejeitou parágrafo que afirmava que as empresas que já contam com Plano de Cargos e Salários não precisariam praticar a cláusula.
Nos últimos anos, diante de uma conjuntura muito difícil, as e os jornalistas resistiram à pressão patronal e realizaram Campanhas Salariais que se estenderam por meses a fio, organizando protestos e atos nas portas das empresas.
Neste ano, os patrões iniciaram a negociação ainda em novembro, sendo possível concluir a assinatura da CCT no mês da data-base. “Podemos considerar esta Campanha Salarial vitoriosa, diante principalmente da reconquista do Quinquênio. Mas ainda há muito para avançar. Precisamos lutar pela volta da PLR, pelo piso unificado, além de melhores condições de trabalho, como a escala aos finais de semanas e o acúmulo de função. Além de manter as melhorias nos valores do Vale-Refeição, que foi um ponto bastante lembrado pelos jornalistas na assembleia”, afirma Thiago Tanji, presidente do SJSP.
Agora, o Sindicato e as empresas retomarão as conversas em janeiro, para o estabelecimento de uma Comissão Paritária que irá discutir uma série de temas relevantes para a categoria: assédio moral e sexual, segurança dos jornalistas frente à violência, escala de trabalho, saúde do trabalhador e direito de consciência.
Para que todas e todos os jornalistas continuem a ter conquistas e avançar em salários direitos e dignidade, a existência de um Sindicato é fundamental. Por isso, sindicalize-se e vem com a gente!
SINDICALIZE-SE!
Pela legítima defesa de nossa categoria, pela sustentação do nosso Sindicato, pela luta das e dos jornalistas do estado de São Paulo!