O Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, no Tatuapé, é um dos que mais está sofrendo com a pandemia de Covid-19. Diversas denúncias na mídia tanto de superlotação, quanto de falta de materiais e insumos para os profissionais, colocando em risco a vida de servidores e pacientes. Após as denúncias, que ganharam grande repercussão na grande mídia, os trabalhadores relataram outro problema: o afastamento e remanejamento de servidores para outras unidades.
O Sindsep, Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, foi até a porta do hospital apoiar os trabalhadores da saúde e escancarar os problemas que vem ocorrendo na unidade, na manhã desta quarta-feira, 29.04.
Homenagem aos trabalhadores
O ato também lembrou de Juraci Augusto da Silva, auxiliar de enfermagem, e Idalgo Moura dos Santos, enfermeiro, trabalhadores do Hospital do Tatuapé, ambos vítimas da falta de proteção e do descaso da Prefeitura de Bruno Covas no enfrentamento ao coronavírus.
Sergio Antiqueira, presidente do Sindsep, iniciou sua fala lembrando dos trabalhadores que faleceram no combate ao Covid-19, mas frisou “este aqui é um ato especial. A gente gostaria muito que os trabalhadores pudessem descer, mas ficamos sabendo agora que o diretor do Hospital, Dr. Zeca, está de setor em setor para intimidar os servidores para que não participem”. Reforçando o assédio que os mesmos trabalhadores denunciaram.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas, também presente no ato pois a Prefeitura de Bruno Covas entrou no Ministério Público, numa tentativa de censura do importante trabalho da imprensa. “A atividade da imprensa se fez sentir através das matérias jornalísticas mostrando a realidade do Hospital do Tatuapé”, afirmou Zocchi. Ainda frisou, “isso é liberdade de imprensa. Isso é o dever de informar o cidadão”, ao comentar que as denúncias veiculadas foram com imagens e depoimentos de dentro do hospital.
“Falta EPI na Prefeitura de São Paulo, mas sobra mordaça”, afirmou João Gabriel Buonavita, vice-presidente do Sindsep. E ainda deu um recado importante a todos os trabalhadores que estão sofrendo ou já sofreram assédio e perseguição, “se os trabalhadores deste hospital não puderem sair até aqui fora, nós vamos ser as pernas e as mãos deles. Se estes trabalhadores não puderem mais gritar, nós vamos ser a voz destes trabalhadores.”
O Sindsep seguirá trabalhando pela proteção e pelo respeito do direito dos trabalhadores, direito à proteção e à condições dignas de trabalho. Haverá novos atos e homenagens, pois, infelizmente, os servidores públicos que estão na linha de frente do combate à pandemia, ainda não estão protegidos de forma adequada por conta do descaso da administração de Bruno Covas.