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Sindicato cobra das empresas continuidade do uso de máscaras nas redações

Sindicato cobra das empresas continuidade do uso de máscaras nas redações

Diante da temerária decisão do governo estadual de desobrigar o uso de máscaras em locais fechados, anunciada no dia 17 de março pelo governador João Doria (PSDB), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo enviou às empresas um ofício para que a utilização de máscaras continue obrigatória nas redações — tanto para trabalhadoras e trabalhadores quanto para visitantes.

O SJSP entende que a pandemia ainda não acabou e todas e todos os jornalistas devem contar com um local de trabalho seguro, para que o vírus não circule dentro das redações e nos demais espaços da empresa.

O uso da máscara também deve ser obrigatório durante deslocamentos em veículos da empresa (quando houver mais de uma pessoa no mesmo espaço), além das coberturas externas em que há possibilidade de aglomerações.

Diante disso, nossa entidade considera seu dever chamar a atenção da categoria para os seguintes fatos:

1. É verdade que diversos indicadores epidemiológicos apresentam evolução favorável nas últimas semanas no Brasil e em São Paulo. Por outro lado, a pandemia de Covid-19 não acabou, e ressurgiu em países como Austrália, Áustria e China (neste último, milhões de pessoas voltaram ao confinamento temporário).

2. Embora 90% da população paulista já tenham recebido duas doses da vacina, dado muito positivo, está provado que mesmo pessoas com duas e até três doses recebidas podem desenvolver sintomas — e, embora raramente, desenvolver quadros graves. Toda vida é valiosa e deve ser preservada.

3. Em combinação com distanciamento físico, ventilação adequada e ampla cobertura vacinal, o uso de máscaras continuará sendo um meio efetivo de evitar novos contágios, especialmente em locais fechados, mas também ao ar livre, quando houver aglomerações. 

4. O decreto do governador abre duas únicas exceções ao manter a obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público e nos hospitais e unidades de saúde, mas não nos estabelecimentos de ensino que serão frequentados por milhares de crianças, jovens e trabalhadoras(es), em shoppings e outros locais.

5. A USP por sua vez determinou que as máscaras cirúrgicas ou N95, “bem ajustadas ao rosto cobrindo do nariz ao queixo”, serão obrigatórias para estudantes, docentes e funcionários(as), bem como “prestadores de serviços e visitantes nos ambientes fechados” — salas de aula, auditórios, laboratórios, bibliotecas etc.

6. No estado de São Paulo, os vaivéns de medidas protetivas anteriores e a política de “economia aberta” responderam pela maioria dos 167 mil óbitos por Covid-19 ocorridos até a presente data. Número chocante que representa 25% das 667 mil mortes pela doença no Brasil.    

7. Órgãos e pesquisadores que estão na linha de frente do combate à Covid-19 advertem que tornar facultativo o uso da máscara é uma medida contraindicada. “Considero um erro. Não é hora de tirar máscara em ambiente fechado”, diz Margareth Dalcolmo, da Fiocruz. “O resultado será medido em mais infectados e mais mortes, além de mais pacientes com complicações crônicas”, comenta Miguel Nicolelis. “Vírus não lê decreto. Apesar de os governos retirarem restrições, a pandemia continua e a máscara permanece uma medida efetiva de prevenção”, considera a epidemiologista Ethel Maciel.

8. Há evidências de que a decisão do governador Doria tem motivação eleitoral. Por exemplo: o governo estadual providenciou uma edição extra do Diário Oficial do Estado de São Paulo para publicar exclusivamente o decreto em questão.

9. Em resumo, o Sindicato dos Jornalistas conclama a categoria a continuar usando máscaras adequadas para se proteger (e a quem interagir) da Covid-19, sobretudo em locais fechados (como redações, ilhas de edição, estúdios, veículos) ou em situações de aglomeração.

10. Do mesmo modo, convida as e os jornalistas a defender e cobrar dos empregadores que mantenham a obrigatoriedade do uso de máscaras, assim como condições satisfatórias de ventilação, distanciamento físico e higiene nos locais de trabalho, o que inclui refeitórios, copas, sanitários e outras dependências. Denúncias e protestos podem ser encaminhados para nossos diretores ou relatados por e-mail para jornalista@sjsp.org.br.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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