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Estudantes inauguram Vivência Vladimir Herzog

Estudantes da USP inauguram Vivência Vladimir Herzog

Estudantes das áreas de comunicações e artes da Universidade de São Paulo (USP) prestarão uma homenagem a Vladimir Herzog, jornalista brasileiro executado durante a ditadura militar por sua defesa da democracia e dos direitos humanos. O espaço tradicional de convivência estudantil da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade será batizado simbolicamente de “Vivência Estudantil Vladimir Herzog”.

Para a inauguração, um dia repleto de atividades está sendo organizado. O evento é uma parceria entre entidades representativas de estudantes e o Instituto Vladimir Herzog, e ocorre nesta quarta-feira (27), a partir das 10h.

O dia contará com uma mesa de debate sobre o caso Vladimir Herzog e sua herança para a democracia, com convidados a confirmar,  além de sarau, brechó e grafitagem de paredes. Como a data coincide com o terceiro jogo do Brasil na Copa do Mundo 2018, contra a Sérvia, o evento também terá exibição da partida às 15h.

O espaço do prédio a ser batizado tem passado por reformas estruturais promovidas pelos próprios estudantes auto-organizados e fica em meio ao local conhecido como “Prainha”, tradicional para muitas gerações que passaram pela estadual paulista. O novo passo, para os estudantes, é ressignificá-lo como um ponto de resistência, homenageando um daqueles que resistiu em nome das liberdades democráticas.

Vlado, como era conhecido por todos, foi assassinado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI-CODI) do II Exército em 25 de outubro de 1975. Até hoje, não houve qualquer contato da USP para com a família Herzog. Também foram inúmeras as tentativas de apagar sua passagem pela ECA como docente.

Para o estudante de editoração e membro da atual gestão do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC), Pedro Salles, que representa os estudantes do instituto, a homenagem a Vlado dialoga com um momento histórico delicado para a população. “Sofremos ataques de todos os lados, tanto a nível nacional, com um governo ilegítimo e sem um programa popular, quanto a nível local, com as tentativas da diretoria da ECA e da Reitoria da USP de retirar os espaços que, historicamente, pertencem aos estudantes”, explica. “Herzog é, para nós, um símbolo de resistência permanente.”

Na USP, muitas entidades representativas dos estudantes carregam, em seu nome, homenagens a figuras de brasileiros e brasileiras ligadas à Universidade e vítimas da violência do Estado em períodos de repressão, sendo o mais emblemático a ditadura militar de 1964, perpetuada por 21 anos.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE), por exemplo, foi batizado de “Alexandre Vannucchi Leme” em 1976, em homenagem ao estudante de geologia assassinado pelas mãos do regime e um dos responsáveis por refundar o DCE em meio ao período. O espaço de convivência estudantil dos estudantes da Faculdade de Economia e Administração (FEA) carrega o nome de Norberto Nehring, e uma das salas de estudos do curso de Letras homenageia Helenira Rezende, todos figuras executadas pela ditadura.

Recentemente, foi divulgado o relatório final da Comissão da Verdade da USP que mostra: 10% dos perseguidos politicamente pelo regime militar que foram mortos ou desaparecidos estão ligados à Universidade.

Agora, os estudantes de comunicações e artes somam-se ao legado de homenagear aqueles que lutaram pela retomada democrática no país.

Serviço:
Data: 27 de junho de 2018 (quarta-feira)
Horário: 10h às 18h
Local: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP)
 Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária – São Paulo/SP
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