Exames realizados nesta semana revelam casos de covid-19 entre os profissionais do Grupo A Tribuna. Todos os jornalistas do impresso e da TV que atuam no edifício Tribuna Square correm sério risco de contágio.
Assim que foi informado, na terça-feira (21), o SJSP questionou sobre as providências adotadas pela empresa em relação aos infectados e aos que tiveram contato com eles nos últimos dias.
Não houve resposta. Pior: não houve adoção de medidas urgentes, como o afastamento dos profissionais que tiveram contato, nos últimos dias, com os infectados.
O Grupo A Tribuna mantém a prática antissindical e mostra falta de transparência e descaso com a saúde dos profissionais, a ponto de sequer poupar do perigo os jornalistas que estão trabalhando em home office. A empresa exigiu que todos, presencialmente, entregassem assinados até esta quarta-feira (22) o termo de renovação do contrato individual de redução de salário.
Enquanto isso, os jornalistas trabalham com medo por si e por seus familiares, muitos dos quais idosos e do grupo de risco.
O Sindicato fez contato com a supervisora de Recursos Humanos reivindicando que os jornalistas fossem orientados a não comparecerem para esse procedimento, em razão de alto risco de contágio, e buscasse forma segura de formalização sem a presença no edifício da empresa. A reivindicação não foi atendida.
O percentual de mortalidade por covid-19 em relação aos infectados em Santos é três vezes maior que o índice nacional. É nessa cidade que a empresa tem sua sede, no edifício Tribuna Square, que também abriga a Secretaria Municipal de Saúde – local de circulação de profissioinais da vigilância sanitária e onde os jornalistas fizeram os testes.
Toda essa situação só reforça a necessidade de monitoramento transparente das condições de trabalho por meio da formação do Comitê de Prevenção do Coronavírus, composto por jornalistas e Sindicato, uma das reivindicações que o SJSP faz desde 16 de março.
Nesta quarta-feira (22), o Sindicato fez novo contato com a empresa pontuando, novamente, medidas urgentes, tais como:
– afastamento imediato dos profissionais que tiveram, nos últimos dias, contato com infectados;
– testagem de todos os jornalistas a cada 15 dias;
– rodízio nas equipes;
– reorganização física das redações para garantir o distanciamento necessário;
– sanitização e desinfecção a cada 15 dias das dependências do prédio e dos carros das equipes;
– limpeza do sistema de ar condicionado a cada 15 dias;
– aferição da temperatura não só nos dias úteis, mas também nos finais de semana;
– máscaras de acrílico para toda equipe de jornalismo;
– criação do Comitê de Prevenção do Coronavírus, com participação de jornalistas e do Sindicato.
Recentemente, a pedido do SJSP, fiscais da vigilância sanitária compareceram à sede da TV Record Litoral para verificarem as condições sanitárias da empresa. O Sindicato solicitou, nesta quarta-feira (22), ao Departamento de Vigilância em Saúde (Devig) de Santos que também averigue as condições de trabalho no Grupo A Tribuna.
O SJSP, enquanto aguarda retorno do Grupo A Tribuna às reivindicações, estuda outras ações de pressão para garantir o respeito à vida dos jornalistas e de seus familiares.