Os jornalistas reunidos nesta Assembleia aprovam a carta abaixo, a ser direcionada ao Sindjore.
Após uma mobilização histórica da categoria, concluímos a negociação para o reajuste salarial referente a 2021/2022. O resultado final não é necessariamente justo, mas o possível de se alcançar após meses de desgastantes negociações.
As condições agora pactuadas demonstram a necessidade de estabelecer novos parâmetros de respeito e diálogo nas próximas mesas de debate.
A negociação agora concluída começou com uma oferta de 0% do sindicato patronal, e está sendo encerrada com 8,9% para os profissionais que recebem até R$ 10 mil a partir de dezembro, e um fixo de R$ 890 para os demais.
Fica claro o caráter desrespeitoso e protelatório da primeira proposta à luz do resultado final.
Negociações pressupõem ajustes e disputas. São naturais no processo. Mas as duas partes precisam estar dispostas a chegar a um acordo que represente o esforço proporcional de ambas as partes.
O comportamento do sindicato patronal na atual negociação levou a uma mobilização histórica, fazendo crescer na categoria uma consciência de classe até então perdida. Uma paralisação de duas horas foi realizada com grande mobilização e uma de quatro horas foi aprovada.
Contudo, ele também gerou intenso desgaste pessoal aos profissionais. Seguidas reuniões, assembleia permanente e discussões. Parte delas desnecessárias, tendo em vista que a proposta atual circulava pelas cúpulas dos jornais há três semanas.
Em meio à negociação, houve o encerramento do jornal Agora e seus profissionais ainda têm seu futuro incerto. Ainda que não haja clareza sobre o vínculo da decisão e sua data de anúncio com a negociação, este foi mais um motivo de insatisfação entre os profissionais.
Os jornalistas presentes à assembleia exigem que a próxima campanha salarial, num cenário com inflação ainda maior, se inicie em termos reais e respeitosos para uma negociação. A mobilização dos jornalistas na atual campanha permanece para as seguintes, a fim de que tenham o poder de compra de seus salários respeitado.
Diante da pandemia e dos crescentes ataques a jornalistas, desafios que os repórteres encararam de frente, a cada vez mais necessária defesa da democracia passa pela valorização dos profissionais.