Conhecido como “o operário da comunicação”, o jornalista e escritor Vito Giannotti, falecido há quase três anos, completaria 75 anos nesta segunda-feira (15).
Ele foi uma das maiores referências para a democratização da comunicação no país. “A única maneira de tornar mais plural a informação que uma revista veicula, é fazer outra melhor”, escreveu.
E foi por isso que Giannotti se envolveu na criação de diversas iniciativas na imprensa alternativa e rádios comunitárias — o jornalista foi, inclusive, membro fundador do conselho editorial do Brasil de Fato.
Trajetória
Nascido na província de Lucca, na Itália, Giannotti chegou a São Paulo em 1964, aos 21 anos, onde trabalhou como metalúrgico. Dirigente sindical, Giannotti também foi diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em 1992, ele fundou, no Rio de Janeiro (RJ), o Núcleo Piratininga de Comunicação, organização que realiza cursos sobre comunicação sindical e popular para dirigentes sindicais e jornalistas.
O comunicador era crítico voraz de quem despreza a necessidade de produzir comunicação popular. “O Brasil continua dividido entre casa grande e senzala e a casa grande se reproduz também na linguagem”, escreveu.
Giannotti escreveu mais de 20 livros sobre comunicação e sindicalismo. Ele faleceu no dia 24 de julho de 2015, aos 72 anos, vítima de um aneurisma cerebral.
Em seu último artigo no Brasil de Fato, publicado dez dias antes de seu falecimento, Giannotti diz: “Aqui, no Brasil, já está começando a nossa reação. Muitos professores, de vários níveis, estão mostrando seus dentes. (…) Só com a união na luta de todos os trabalhadores conseguiremos dobrar os inimigos. Há muitos deputados como Eduardo Cunha. Nós somos milhões. Temos que preparar nossas batalhas.”
Escrito por Brasil de Fato