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VERGONHA! Empresas querem reduzir salário real de jornalistas

VERGONHA! Empresas querem reduzir salário real de jornalistas


campanha 2015

 

Índices propostos na Capital e no Interior ficam bem abaixo da inflação

Começaram as negociações com os sindicatos patronais de jornais e revistas da Capital e do Interior, e as propostas dos dois sindicatos patronais mostram a disposição de ampliar a pressão sobre os jornalistas e reduzir o valor real dos salários. Frente a uma inflação acumulada de 8,76% pelo INPC nos 12 meses que antecedem a data-base da categoria (1º/6/2015), os patrões trouxeram as seguintes propostas:

Capital: reajustes de 4,29% em 1º/6/2015 nos salários até R$ 12.700,00 (e um fixo de R$ 544,83 acima disso) e mais 4,29% em 1º/1/2016 nos salários até R$ 13.244,83 (e um fixo de R$ 568,20 acima disso); nenhum reajuste nas cláusulas econômicas (auxílio-creche, tíquete-restaurante, multa na PLR); nenhuma mudança nas demais cláusulas.

Interior e Litoral: reajuste único de 4,5% em 1º/6/2015 em todos os salários; nenhum reajuste nas cláusulas econômicas (auxílio-creche, plano de saúde); nenhuma mudança nas demais cláusulas.

Na mesa, as empresas reclamaram da situação econômica do país, e alardearam resultados ruins no segmento de impressos.

A bancada do Sindicato dos Jornalistas rejeitou liminarmente as propostas, contestando em primeiro lugar o cenário apresentado: as empresas atuam, com frequência, em vários segmentos, sobretudo na internet, e os trabalhadores não têm acesso aos dados de seu desempenho (como circulação, investimentos, patrimônio etc). Além disso, o setor vem sendo beneficiado, desde 2014, com a desoneração na folha de pagamento, o que corresponde a um benefício na casa dos bilhões de reais para o setor de empresas de comunicação — dinheiro público injetado nas empresas, que não podem simplesmente embosá-lo, demitir os trabalhadores e reduzir seus salários.

Os dirigentes sindicais explicitaram o eixo da atual campanha salarial: defesa dos salários e dos empregos. Explicaram que os jornalistas não podem aceitar menos do que a reposição integral da inflação, e que o aumento real de 3% pedido corresponde ao aumento de trabalho que deriva do enxugamento de redações. Por outro lado, destacaram as cláusulas que impedem demissões em massa e obrigam as empresas a avisar o Sindicato dos Jornalistas com antecedência caso estejam debatendo qualquer redução significativa de quadros. Além disso, não se pode aceitar que as cláusulas econômicas não sejam totalmente corrigidas, sob pena de ampliar as perdas e o arrocho sobre a categoria.

 

Grandes perdas

As propostas patronais trazem grandes perdas para os jornalistas. No caso dos jornais e revistas da capital, há uma redução de 4,1% do salário real (pela falta de reposição da inflação), o que acarretaria até o final do ano na perda acumulada de um valor equivalente a 35,8% do salário atual do jornalista (para salários acima de R$ 12.700 mensais, as perdas são maiores). No caso do interior e litoral, a redução no salário real seria de 3,9% ao mês, com um valor acumulado de 56,8% de um salário no ano de vigência da convenção coletiva.

Para o presidente do SJSP, Paulo Zocchi, as duas propostas patronais são inaceitáveis, e visam ampliar a pressão sobre a categoria, já acentuada pelas demissões em várias empresas. “Queremos a reposição salarial e aumento real de salário. Queremos a inclusão da defesa do emprego, como previsto pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), para que o Sindicato possa agir melhor na defesa do emprego”, declarou. O secretário jurídico do Sindicato, Vitor Ribeiro, afirma que não há como avançar na negociação desconsiderando a desoneração em folha. “Não dá para as empresas receberem dinheiro público em seu benefício próprio, e castigarem os jornalistas com demissões e redução de salário,” disse o diretor.

O secretário do Interior e Litoral, José Eduardo de Souza, afirmou que a reposição da inflação é um ponto essencial no acordo. Ressaltou ainda que as más condições de trabalho e a pressão crescente nas redações exigem a discussão de várias cláusulas propostas na pauta para enfrentá-las em benefício da categoria, e que não podem ser sumariamente descartadas das negociações.

Nas mesas da Capital e do Interior e litoral participaram também, pela bancada dos jornalistas, os diretores e diretoras do Sindicato André Freire, Evany Sessa, Ana Flávia Marques, Guto Camargo e Peter Suzano, o advogado Raphael Maia e o economista Washington Lima.

Novas rodadas de discussão foram marcadas, para a Capital em 30 junho, e para o Interior e Litoral em 15 julho.

No próximo período, a diretoria do Sindicato voltará às redações para divulgar os primeiros passos da negociação e debater com a categoria as formas de avançar na campanha salarial, em busca da defesa e valorização dos salários e direitos e da preservação dos empregos.

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