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Vai e Vem do Mercado (Moagem) – 19/01 a 26/01

Vai e Vem do Mercado (Moagem) - 19/01 a 26/01

trocatroca

 

Leia na edição desta semana do Vai e Vem: O atentado que chocou o jornalismo mundial; SJSP restaura quadro que retrata a tortura e morte de Vlado; jornal o Globo demite mais de 100 pessoas; Estado de Minas demite 13; a volta do verbete Passaralho e o falecimento de Ary Silva, repórter fotográfico do jornal A Tribuna, de Santos.


Charlie Hebdo

– Vinte mortos. Dezessete inocentes. Deles, oito eram jornalistas que trabalhavam na manhã de 7/1 na sede do satírico semanal francês Charlie Hebdo, em Paris: Charb (Stephane Charbonnier, editor-chefe da publicação), Cabu (Jean Cabut), Tignous (Bernard Verlhac), Georges Wolinski, Oncle Bernard (Bernard Maris), Michel RenaudPhilippe Honoré e Mustapha Ourad.

– Conhecida por seu humor ácido e extremamente crítico, inclusive ao Islã, a revista já havia sido alvo de ataques por causa de suas publicações. Na outra ponta da história, jovens jihadistas franco-argelinos queriam vingar o profeta Maomé, cuja figura – apesar de irrepresentável – constantemente frequentava as capas do Charlie. Não bastasse o ataque à revista, um mercado judeu também sofreu com os ataques em série, que duraram três dias.

– Em 11/1, a França viu a maior passeata de sua história. Cerca de quatro milhões de pessoas, incluindo chefes de Estado e de Governo, se uniram para protestar contra o terrorismo. Carregavam lápis, canetas e cartazes com a frase Je suis Charlie, que desde o dia 7 é repetida à exaustão nas redes sociais de todo o mundo.

– Em honra aos mortos, circulou em 13/1, com tiragem recorde de três milhões de exemplares e traduzida para 16 idiomas, a “edição dos sobreviventes” do Charlie Hebdo. Na capa, um mulçumano chora também se dizendo Charlie.

Não sabemos se alguém já fez uma comparação, mas é bem possível que a repercussão do atentado ao Charlie Hebdo (incluindo o episódio do mercado kosher) tenha sido muito maior do que a da derrubada das torres gêmeas de Nova York, em 2001, também por jihadistas ligados à Al-Qaeda. Afinal, hoje a comunicação é muito mais rápida e globalizada, além de dominada por dispositivos móveis. O tom predominante, como não poderia deixar de ser, foi o de horror, revolta, consternação e solidariedade.

– No Brasil, embora o engajamento da população ao Je suis Charlie tenha sido menor do que em outras partes do mundo, a imprensa – jornais, rádio, tevê e internet –, independentemente de viés ideológico, abriu espaços monumentais para a cobertura e análises do episódio. Mas, quando a poeira começou a baixar, alguns críticos da mídia passaram a fazer alguns questionamentos sobre a qualidade daquelas cobertura e análises.

 

Kotscho

– Em seu Balaio, Ricardo Kotscho critica a diferença de cobertura entre os atentados na França e o que aconteceu em 10/1, na Nigéria. Nesta, uma menina de dez anos explodiu em seu corpo uma bomba que matou outros 19 num mercado local. “Vem de Maidiguri, cidade do nordeste da Nigéria, e está escondida no pé da página A14 da Folha, sob o título ‘Menina-bomba mata 20 em ataque na Nigéria – Suspeita recai sobre grupo islâmico Boko Haram, que já causou mais de 13 mil mortes’ e, recentemente, sequestrou mais de 200 meninas numa escola. A matéria tem a assinatura anônima ‘Das agências de notícias’ e não vem acompanhada de análises de especialistas sobre o atentado suicida provocado por uma menina de 10 anos num mercado lotado, que deixou 20 mortos, incluindo a criança, e 18 feridos. Por uma trágica coincidência, é o mesmo número de mortes causadas em Paris nos ataques de três terroristas franco-argelinos contra o semanário ‘Charlie Hebdo’ e um mercado judaico na região leste da cidade. […] O que me deixa intrigado como cidadão do mundo é esta reação seletiva entre o que aconteceu em Paris e os fatos de Maiduguri, que se repetem todos os dias na Nigéria, em vastas regiões da África e do Oriente Médio, sem que ninguém saia às ruas para condenar as guerras e pedir paz, com a honrosa exceção do papa Francisco. Para mim, uma vida é uma vida é uma vida, todas têm o mesmo valor. Podem existir vivos de primeira ou segunda classe, mais ou menos importantes e simbólicos, mas os mortos são todos iguais. E é por todos eles que devemos chorar”, diz Kotscho

 

São Paulo

– Começou no dia 12/1 o processo de restauração do quadro 25 de Outubro, de Elifas Andreato, que retrata a tortura e morte de Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura militar. O quadro, que pertence ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo desde aquela época, vem sofrendo com o desgaste provocado pelo tempo e ação de cupins, principalmente porque a tela foi originalmente colada em uma estrutura de madeira, que acabou atacada pelos insetos.

– Esta é a primeira vez que a obra passa por uma renovação. O responsável pela tarefa é o restaurador José Rodrigues Paiva Neto, que já recuperou grandes obras no Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Todo o processo de restauro deve durar cerca de 90 dias.

– Para comemorar os 461 anos de São Paulo, o cartunista Paulo Caruso estreia em 25/1, no hall do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), a exposição Paulistanos Ilustres, que segue até 2 de fevereiro. Concebida e realizada por ele, a mostra consta de totens em tamanho natural, com o objetivo de apresentar personagens e edifícios por trás das placas e marcos da avenida Paulista, em um recado de que a cidade é resultado da ação de pessoas e seus sonhos visionários. A exposição e caricaturas integram um projeto mais amplo, com quase duas centenas de personagens cujas histórias e caricaturas estarão no espaço Caixa Cultural (praça da Sé, 111), no prédio da Caixa Econômica Federal, de 24/1 a 1º de março. As ilustrações foram publicadas originalmente por Época e Diário de S.Paulo e devem integrar o livro Paulistanos Ilustres Ilustrados, por Paulo Caruso, ainda em produção.

Editorial Custom

Mário Ciccone, até aqui redator-chefe da revista The Presidente, foi promovido e é agora diretor Editorial Adjunto da Custom Editora, cargo em que se reporta ao publisher Fernando Paiva. Há um ano e meio na Custom, ele começou em rádio, editou com Roberto Cattani (ex-Ansa, hoje dono de uma pousada em Cananeia) o Giornale del Sudamerica, dirigido à colônia italiana, ajudou a consolidar a Wish Report e estava na Versatille, que remodelou completamente, quando Paiva o convidou para trabalhar na editora. Segundo este, “Mario é alguém capaz de pensar de maneira holística um título, de juntar o editorial ao comercial com muita competência. Melhor: capaz de fazer isso com bastante inteligência, sutileza e elegância”. Na nova função, que assumiu em 5/1, estão sob sua responsabilidade os títulos MIT Revista, The President, Prestígio/Metrópole, Mmartan Home, DesignBook/Tok & Stok e Revista Tênis Paulista.


Nacionais

O Globo

– Como já foi amplamente noticiado, o jornal O Globo demitiu mais de cem funcionários em 8 de janeiro. Fontes extraoficiais mencionam a exata cifra de 146 pessoas, em todas as áreas. Na Redação, foram cerca de 20 profissionais, ou aproximadamente 10% do total que a compõem. Os critérios foram idade para se aposentar – a aposentadoria compulsória, bem conhecida no serviço público, e chamada de “expulsória” no jornal – e os salários mais altos, superiores a R$ 10 mil. Por esse último critério, os que estão a par dos salários calculam que seria preciso demitir 80 pessoas na Redação.

– O movimento é considerado cíclico: há cerca de dez anos, O Globo demitiu 80 pessoas. O que costuma ocorrer em janeiro, pois o planejamento anual da Infoglobo, como aliás da maioria das corporações, é feito no último trimestre do ano anterior. Por certo, a empresa não passa por uma crise. Uma corporação do porte do Grupo Globo – ainda que alguns considerem a mídia jornal muito aquém da tevê – não investiria na construção de uma nova sede como a que se materializa no mesmo bairro (entre as ruas de Santana e Marquês de Pombal) se não estivesse em boa situação.

– Com base em informações talvez imprecisas, sabe-se que a tiragem de domingo não passa de 200 mil exemplares; nos dias úteis são 180 mil. Apenas cerca de 10% disso representam venda em bancas, a força do Globo está nos assinantes. Ao mesmo tempo, a publicação na internet ainda não consegue ser monetizada – por mais sofisticada que seja e fundamentada por pesquisas, como a edição vespertina O Globo a mais. Como em todo o mundo, quem paga a operação do online é o papel, que são empresas sólidas e têm condições de bancar o negócio. Crescem os números de adesões ao online, mas a receita não os acompanha. Vemos o mesmo ocorrer, no Brasil, com campeões de audiência (melhor dizendo, de circulação) como revistas semanais. Os Estados Unidos já viveram essa crise no modelo de negócio, e o atual momento econômico brasileiro favorece a implosão.

– Comenta-se nos bastidores que Ascânio Seleme, o diretor de Redação do jornal, brigou durante meses para manter seus funcionários, mas perdeu a parada. Na circular de despedida, enviada a todos da Redação, Ascânio agradeceu a colaboração dos que saíram, como de praxe, e foi além: “Perdemos alguns bons companheiros em razão das circunstâncias que transformaram nosso negócio nos últimos tempos. […] Foi difícil, não sobra dúvida, mas temos que seguir em frente. Fazendo o que sabemos fazer melhor, jornalismo de qualidade para satisfazer as necessidades de informação do nosso leitor”.

– No Extra, não houve cortes na Redação. Saíram três pessoas do Marketing e 11 da Circulação. Por entender que atingir o conteúdo é sacrificar receita, a direção do jornal buscou uma fórmula diferente, para preservar, principalmente, seu premiado jornalismo investigativo, que em 2014 mereceu o Esso Regional Sudeste por Os embaixadores do Narcosul.

– No Globo, foi extinto o caderno Carro Etc, cujo editor Jason Vogel, um talento reconhecido, passa a repórter da Economia. Saíram os repórteres Fernando Miragaya e Marcelo Cosentino. Vogel intitulou a última reportagem em 10/1 do suplemento Cerimônia do adeus. Mas com um subtítulo, digamos, inserido no contexto: Na despedida da linha Defender, Land Rover lança série especial retrô. E mais não disse.

– Também foi descontinuado o caderno Boa Viagem, e saiu a editora Carla Lencastre.

– O Esporte perde Jorge Luiz Rodrigues – editor-assistente e cotitular da coluna Panorama Esportivo – depois de passar quase 15 anos no Globo. Ainda em dezembro, ele pediu demissão do jornal, de comum acordo com a direção, para atender ao convite do canal SporTV, onde está desde 8/1, como chefe de Produção do Jornalismo. Sua saída, por ter um cargo alto, salvou alguns postos no Esporte. Assim como ele, o jornal acertou com Marcos Penido, que pedira aposentadoria logo após a Copa do Mundo, para que esperasse até o início do ano.

– Para o lugar de Rodrigues, vai Iuri Totti, que já era também editor-assistente, mas dedicado aos Esportes Olímpicos. Na coluna, permanece Maurício Fonseca, que passa a fazer dupla com Carlos Eduardo Mansur.Rodrigues coordenava também o Projeto Olímpico no Globo, e ainda não se sabe quem o substituiu na função. Seu novo contato é jorge.rodrigues@tvglobo.com.br. Os canais voltados para o Esporte são uma boa aposta de abertura de postos de trabalhos, pois as emissoras investem cada vez mais nos eventos esportivos, e já têm comprados, para este ano, inúmeros eventos-testes para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

– Na editoria Rio, que concentrou a maior parte das demissões, o nome que mais provocou repercussão foi o da editora-assistente Angelina Nunes. Com 23 anos de Globo, é ex- presidente da Abraji e premiada até com internacionais como o Rey de España. Da coluna Ancelmo, sai Jorge Antônio Barros (jorgeantonio.barros@gmail.com), que foi também editor-adjunto da Rio. Passou no Globo 17 anos, metade de sua vida profissional. Ainda pensa o que vai fazer com o blog Repórter de Crime, de jornalismo investigativo. Com seu costumeiro bom humor, diz: “Não estou chateado, minha alegria maior é não ter que cobrir Carnaval este ano”.

– Sai também o editor de Fotografia Alexandre Sassaki, substituído interinamente por José Roberto Serra. A Fotografia do Globo, inúmeras vezes premiada (incluindo o principal da última edição do Embratel), não contempla na inscrição o editor, como outras editorias que rendem para seus chefes bons prêmios no currículo.

Fernanda da Escossia, ex-editora de País, que tinha sido afastada em meio às eleições mas mantinha algumas atividades, sai agora. Também a correspondente na Europa Deborah Berlinck.

– Entre os colunistas, profissionais que já desempenharam funções de mais responsabilidade no jornal, estão Artur Xexéo e Agostinho Vieira. Em tom amargo, Xexéo despediu-se dos leitores na última página da revista O Globo de 4/1: “Esta é uma coluna de despedida. Sempre que escrevo sobre despedidas, imagino o leitor, aí do outro lado, suspirando aliviado e chegando à conclusão de que resolvi me aposentar. Já não era sem tempo. Se o assunto não for minha aposentadoria, o leitor sempre pode imaginar que fui demitido. Que demoraram 22 anos, mas, enfim, descobriram que sou uma farsa”.

– No facebook, Vieira – que já foi diretor executivo da Infoglobo, e mantinha agora, no jornal, a coluna Economia Verde, sobre Sustentabilidade – comentou: “Estou de férias fora do País e soube pelo FB que minha coluna não será mais publicada no Globo. É a mídia digital, mais uma vez, chegando na frente. A confirmação do mundo analógico veio há poucos minutos por e-mail. Agradeço a quem se preocupou comigo antes mesmo de eu saber. Minha solidariedade com os cerca de 100 excelentes profissionais que estão deixando a empresa. Vida que segue”.

 

Estado de Minas

– O jornal Estado de Minas demitiu em 7/1 13 jornalistas de sua redação, entre os quais profissionais experientes, com muito tempo de casa, como o então editor de Opinião Pedro Lobato. Além dele, saíram Arnaldo Viana (Gerais), Carlos Herculano Lopes (Cultura), Gracie Santos (Cultura), Eduardo Aquino (Veículos), Paula Takahashi (Suplementos), Silas Scalioni (Suplementos), Marlyana Tavares (Suplementos), Leonardo Augusto de Azevedo (Política), Norma Ferreira (Veículos), Marcos Michelin (Fotografia), Eustáquio Soares, o Taquinho (Fotografia), e Alexandre Coelho (Arte). O EM não se pronunciou oficialmente sobre os cortes. Extraoficialmente, a informação é de que mais profissionais deixarão a redação em fevereiro e março.

– Em sua página do facebook, o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais emitiu nota solidarizando-se com os demitidos e afirmando que “o fortalecimento da profissão e da liberdade de imprensa passa pela produção de um jornalismo vigoroso, informativo e democrático, exatamente o oposto das medidas que vêm sendo tomadas pelo Estado de Minas. A renovação urgente do jornalismo mineiro não pode prescindir de profissionais experientes como estes que acabam de ser dispensados”.


Passaralho

– A propósito desses cortes, voltou a circular na internet o verbete Passaralho, que, conforme apontam alguns colegas, Joaquim Campelo criou e que fez muito sucesso há cerca de 40 anos na redação do Jornal do Brasil:

Passaralho, s.m (bras.). Designação popular e geral da ave caralhiforme, faloide, família dos enrabídeos (Fornicator caciquorum). Bico penirrostro, de avultadas proporções, que lhe confere características específicas, próprio para o exercício de sua atividade principal e maior: exemplar. À sua ação antecedem momentos prenhes de expectativa, pois não se sabe onde se manifestará com a voracidade que, embora intermitente, lhe é peculiar: implacável. Apesar de eminentemente cacicófago, donde o nome científico, na história da espécie essa exemplação não vem ocorrendo apenas em nível do cacicado. Zoólogos e passaralhófitos amadores têm recomendado cautela e desconfiança em todos os níveis; a ação passaralhal é de amplo espectro. Há exemplares extremamente onívoros e de atuação onímoda. Trata-se este do mais antigo e puro espécime dos Fornicatores, sendo outros, como p. ex., o picaralho, o birroalho, o catzralho etc., espécímes de famílias espúrias submetidas a cruzamentos desvirtuados do exemplar. Distribuição geográfica praticamente mundial. No Brasil, é também conhecido por muitos sinônimos, vários deles chulos. Até hoje discutem os filólogos e etimologistas a origem do vocabulário. Uma corrente defende derivar de pássaro + caralho, por aglutinação; outra diz vir de pássaro + alho. Os primeiros baseiam-se em discutida forma de insólita ave; os outros, no ardume sentido pelos que experimentaram e/ou receberam a ação dele em sua plenitude. A verdade é que quantos o tenham sentido cegam, perdem o siso e ficam incapazes de descrever o fenômeno. As reproduções que dele existem são baseadas em retratos falados e, por isso, destituídas de validade científica”.

– Também o insuspeito José Hamilton Ribeiro abordou o tema no artigo O tratado geral do passaralho, que publicou no início dos anos 1990 no Unidade, jornal do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, texto histórico em que descreve, de forma bem-humorada, como a “ave maldita” surge e dá seus rasantes nas redações, fazendo estragos por onde passa, nos movimentos de demissões em massa, aos quais já nos acostumamos.

– Zé Hamilton afirmou que “o passaralho, assim como a liberdade de imprensa, é um subproduto do capitalismo. O patrão tem o direito de mandar embora e usa esse direito sem nenhum constrangimento, sem nenhuma cerimônia”. Mas não soube dizer como surgiu essa expressão: “A origem do passaralho eu não consegui descobrir, nem naquela matéria. O que a gente localizou foi a época em que ele surgiu. Surgiu na Abril a figura do passaralho, o desenho dele. Quando eu cheguei na Abril e fui perguntar sobre essa história, alguém falou que veio da Folha ou do Estado ou do Rio. Ninguém sabe mesmo a certidão de nascimento…”.


O Povo

Tânia Alves assumiu em 7/1 o posto de ombudsman do jornal cearense O Povo, substituindo Daniela Nogueira, que saiu de férias e ainda não tem confirmada sua nova função no jornal. A data marcou também os 87 anos do jornal e os 18 de O Povo Online.

– Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará e em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará, Tânia está em O Povo há 26 anos. Foi por oito editora executiva do Núcleo Cotidiano, que engloba as editorias Cotidiano, Esportes e Ciência & Saúde. Também integrou o Núcleo Gestor da Redação do jornal e escrevia a coluna Ceará, publicada às 6as.feiras, sobre memórias do sertão. Passou ainda pelas editorias de Política, Economia e foi editora do caderno Vida & Arte.

– Para a vaga dela no Núcleo Cotidiano vai Érico Firmo, antes editor adjunto do Núcleo Conjuntura (Política, Brasil e Mundo), substituído por Henrique Araújo. Henrique deixa o cargo de editor executivo do Núcleo Cultura & Entretenimento sob comando interino do repórter especial Emerson Maranhão até que se defina um outro nome para a vaga.

– A solenidade oficial de posse da nova ombudsman e a celebração pelos 87 anos do jornal serão no dia 15/1, no Espaço O Povo de Cultura & Arte, que fica na sede do jornal.

 

Livros

– Acaba de sair o primeiro livro comemorativo dos 450 anos do Rio de Janeiro, intitulado Gente do Rio – Eles iluminaram a História. Com organização de veteranos da imprensa carioca e apresentação do acadêmico Cícero Sandroni, focaliza personalidades de destaque nas mais diversas áreas e épocas. Nela se encontram desde o fundador Estácio de Sá até o Pepê da Asa Delta. Nem todos nasceram no Rio, mas realizaram na cidade a obra que os consagrou.

– Pela primeira vez em conjunto, o livro reverencia a memória de escritores como Machado de Assis e Clarice Lispector; políticos como Getúlio Vargas e Tancredo Neves; pintores como Portinari e Pancetti; jogadores de futebol como Zizinho e Heleno de Freitas; acadêmicos como Ruy Barbosa e João do Rio; empresários como o Barão de Mauá e Roberto Marinho; cantores como Orlando Silva e Elizeth Cardoso; compositores como Pixinguinha e Ary Barroso; jornalistas como Sérgio Porto e Millôr Fernandes, além de Chico Anysio, Chacrinha, Dercy Gonçalves, Joãozinho Trinta e tantos outros.

Gente do Rio não contém biografias extensas, mas verbetes em forma de crônica a respeito de 90 personagens, além de 183 imagens. Os textos são assinados por acadêmicos, como Sandroni e Arnaldo Niskier, e jornalistas como Wilson Figueiredo, Ely Azeredo, Nelson Hoineff e Nilo Dante. Há fotos de Erno Schneider, Evandro Teixeira, Marcos Brandão, André Lobo, Fernando Rabelo e Sérgio Coimbra. O verbete sobre Pereira Passos, o legendário prefeito do Rio, é de autoria do governador Luiz Fernando Pezão. O livro, que teve apoio de Light e Sesc Nacional, é dedicado in memoriam ao jornalista Vicente Senna, um dos seus planejadores, recentemente falecido.

– O capítulo final (Jornalismo infinito) relembra o big bang da mídia brasileira, na década de 1950, e alguns de seus principais personagens. O autor, Nilo Dante, ali discute o drama da imprensa na era digital e o surgimento de um sexto sentido: a conexão.

Fernanda Odilla (ex-Folha de S.Paulo) lança Pizzolato – Não existe plano infalível (Leya, 320 págs., R$ 34,90), em que conta a história do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que assumiu a identidade do irmão morto, Celso Pizzolato, para não ser preso. Pizzolato é um dos 40 réus no processo do mensalão. Na obra, Fernanda detalha o plano mirabolante de Pizzolato, que além de se passar pelo irmão, tramou um esquema para evitar o confisco de seus bens.

Lançamento

– A revista Nova Família, primeira publicação da Editora Meireles, de São Paulo, nasce já fazendo parceria com a Fundação Abrinq e com auditoria de IVC e BDO Brasil. O foco da nova revista, que chega às bancas em 5/2, são ações sociais ligadas à família.  A edição “número zero” saiu em novembro com tiragem de três mil exemplares. Segundo o diretor de Publicidade Maurílio Macedo, a ideia é de que chegue à marca de 35 mil exemplares em dois anos. A edição número um tem preço de capa de R$ 9,90. A revista também produzirá versões regionais, em formato de suplemento. “A nossa responsabilidade a partir de agora é produzir conteúdo e levantar bandeiras para diversos assuntos que são tratados como preconceituosos pelo simples fato da falta de informação. Sempre com serenidade e credibilidade”, diz Nido Meirelespublisher de Nova família. ”A revista é para todos os brasileiros, uma única família; o que muda, às vezes, são o sobrenome e conceitos. Os problemas e as felicidades sempre são iguais”.

– Além de Nildo e Macedo, integram a equipe Michelle Dacosta (diretora de Redação), AMOAMO (direção de Arte), Magda Barkó (diagramação), Paulo Afonso de Castro (revisor), Michele VitorSandhra CabralLuciana BruncaThiago AssunçãoDomingos CrescenteDenise Paciornick (editores), Barbara MackenzieSylvio MontenegroNazir Mir JuniorCléo FranciscoKaren SternfeldDaniela Viek, Fernando SousaNeide Coelho Boëchat (co

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