Confira na edição desta semana do Vai e Vem: Paulo Zocchi será o candidato da chapa única no Sindicato dos Jornalistas; Heródoto Barbeiro renova com a Record News; Ex-funcionários da Gazeta Mercantil realizam assembleia por indenização contra a empresa; STF deve julgar caso de cerceamento à liberdade de expressão do jornalista Cristian Góes; Cynara Menezes deixa a Carta Capital para cuidar de blog e o falecimento Célia Farjallat
SJSP
– Paulo Zocchi foi o nome escolhido pela situação para liderar a chapa que concorre à diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo no próximo triênio. Integrante da atual gestão, ele sucederá Guto Camargo na Presidência da entidade. No novo mandato, Guto integrará o Conselho de Diretores.
– Zocchi fez parte da oposição sindical em outras eleições, sempre como um de seus líderes. Eleito nesta gestão, cumpriu importante papel de liderança, o que lhe valeu a indicação para a cabeça de chapa.
– As eleições no Sindicato estão marcadas para os dias 24, 25 e 26/3. A Comissão Eleitoral não aceitou a inscrição do grupo SindicatoÉpraLutar, de oposição, liderada por Nelson Lin (da EBC), sob a alegação de que não teria cumprido as exigências estatutárias.
– Integram a executiva da chapa Unidade e Luta, além do presidente Paulo Zocchi, os secretários André Freire (Geral), Cândida Rodrigues Vieira (Finanças), José Eduardo de Souza (Interior), Lilian Parise (Cultura e Comunicação), Telé Cardim (Relações Sindicais e Sociais), Ana Flávia Marques da Silva (Sindicalização), Vitor Ribeiro (Jurídico e de Assistência) e Evany Sessa (Ação e Formação Sindical). Conheça os demais integrantes.
Record News
– Heródoto Barbeiro renovou por três anos seu contrato com a Record News, em que apresenta e é editor-chefe do Jornal da Record News, no ar diariamente às 21 horas. Além das atribuições na emissora, Heródoto mantém o Blog do Barbeiro – Barba, Cabelo e Bigode, no portal R7. Com passagens, por CBN, TV Cultura, Rádio Globo, Diário do S.Paulo, entre outros, ele ingressou na Rede Record em 2011.
Carta Capital
– Cynara Menezes deixou a revista Carta Capital, em que estava como repórter há quase oito anos, para se dedicar exclusivamente ao blog Socialista Morena, que deixará de integrar da revista para ser independente.
– No post em que aborda sua saída da revista, ela disse que “é, ao mesmo tempo, uma nova etapa em minha carreira e uma despedida da mídia impressa, à qual me dedico desde 1987. Inicio agora uma experiência jornalística exclusivamente online, que será muito prazerosa para mim e, espero, para vocês também. Fui muito feliz na Carta e tive muita liberdade para escrever reportagens, sempre guiada pela honestidade, pela ética e pela responsabilidade. Mas, pela primeira vez, poderei ser a pauteira e a editora de mim mesma, escrevendo apenas sobre os temas que me interessam, provocam e emocionam, sem a pressão do noticiário. Imaginem: fazer jornalismo independente, direto ao leitor, sem atravessadores. De mim para vocês. Não é fascinante?”.
– Os leitores poderão fazer assinatura (mensal ou anual) do blog, colaborar com doações via Paypal ou tornar-se parceiros em campanhas de crowdfunding. Ainda assim, o blog terá conteúdo aberto para todos.
STF
– Está prestes a entrar na pauta de discussões do STF um dos casos mais emblemáticos de cerceamento à liberdade de expressão dos últimos tempos, o de Cristian Góes, condenado a sete meses e 16 dias de prisão (revertidos em prestação de serviços à comunidade) e ao pagamento de R$ 30 mil de indenização ao desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe Edson Ulisses. Cristian escreveu, em maio de 2012, em seu blog, um texto ficcional sobre o coronelismo, em que não são citados pessoas, locais ou épocas. Mas o entendimento do desembargador foi outro: segundo ele, a expressão “jagunço das leis”, utilizada no texto, era direcionada a ele. A juíza Brígida Declerk também teve entendimento semelhante do caso, quando decidiu pelo recebimento da denúncia. Ela afirmou que “o texto possui atores definidos e identificados”.
– O caso também tem gerado repercussão internacional. Diversas entidades da sociedade civil e de direitos humanos têm-se mobilizado na solidariedade e defesa do jornalista. O assunto igualmente já foi objeto de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, de uma reunião na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, em Washington (EUA), fez parte de um dossiê entregue à Relatoria da ONU e compôs um relatório da Repórteres Sem Fronteiras, ONG sediada na França, que entende o caso como “um desvario judicial e um insulto aos princípios fundamentais da Constituição democrática de 1988″.
– Além da ação no STF que contesta as sentenças, o caso está no Conselho Nacional de Justiça, órgão em que a defesa do jornalista questiona, entre outras coisas, o fato de a condenação criminal ferir o princípio da impessoalidade dos atos administrativos.
Jornalistas Pró-Conselho
– Envolvido desde abril de 2013 com o Coletivo Jornalistas Pro-Conselho, que busca o fortalecimento da profissão, Fred Ghedini convida para encontro sobre o movimento no próximo dia 28/3, na sede da regional São Paulo da OAB (rua Maria Paula, 35), das 10h às 17 horas. “Queremos criar um movimento – e depois um organismo do tipo conselho profissional – que organize nosso meio de campo, num tempo de mudanças muito dramáticas para a profissão”, diz Fred. “Eu defendo um Conselho do tipo associação civil, como o que existe no Chile. Há entre nós colegas que defendem um conselho autárquico, como são os demais conselhos profissionais no Brasil e como é a Ordine dei Jornalisti italiana. Esta e muitas outras discussões serão feitas de forma franca e aberta. O problema é conseguirmos fazer o debate num alto nível, com argumentos, sem desqualificar os colegas que pensam diferentemente de nós. Se conseguirmos isso, daremos um primeiro passo importante, que pode levar-nos além dessa situação terrível em que estamos, ou seja, uma profissão que possa ser exercida com dignidade e o mínimo de condições”. Mais de 600 pessoas já assinaram o manifesto online em favor da criação do Conselho.
– Fred Ghedini, que integrava a equipe da assessoria de imprensa da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo desde janeiro de 2013, deixou a instituição a pedido, para cuidar de projetos pessoais/acadêmicos, entre eles constituição de um Conselho de Jornalistas. Dois novos profissionais começaram por lá: Fernando Busian e Carina Martins.
Revista Faap
-Em parceria com a Editora Trip, a Revista da Faap ganhou novo formato, projeto gráfico diferenciado e proposta editorial atualizada. Com periodicidade bimestral e tiragem de 16 mil exemplares, a revista é distribuída a todos os alunos e demais públicos da entidade, entre funcionários, corpo docente, ex-alunos, imprensa e formadores de opinião.
– Composta por seis cadernos e um total de 100 páginas, conta com seções fixas – entre elas: Mesa de Trabalho, contando a experiência profissional de seus alunos; Conexão Internacional, com relatos dos brasileiros e estrangeiros que estão se favorecendo com os convênios que a Fundação mantém; Visão, cujas reportagens mostram as oportunidades de carreiras profissionais dos alunos; e Nossos Talentos, que na primeira edição da publicação apresenta um grupo da nova geração de professores que está sendo preparada pela Faap. Um dos cadernos, com 16 páginas, é reservado para os alunos. A partir da hashtag #naFAAP, eles podem dar sua contribuição com o envio de fotos, legendas, depoimentos e sugestões de entrevistas. Tudo neste caderno é diferente do resto da revista: conteúdo, diagramação, tipo de papel e até tamanho, um pouco menor.
Ex-Gazeta Mercantil
– A Associação dos Funcionários e Ex-funcionários da Gazeta Mercantil realizará em 28/3 uma assembleia para atualização dos processos por indenização contra a empresa e suas sucessoras, Companhia Docas e TIM. Segundo Marcelo Moreira, presidente da associação, o advogado Wladimir Durães vai explicar as consequências da transferência de quase todos os processos para a Vara de Execuções da Justiça do Trabalho
Curtas
– Hairton Ponciano Voz está de volta ao Jornal do Carro, do Estadão. Começou em 2/3 no time do editor Tião Oliveira, em sua segunda passagem por lá; antes, entre 1986 e 2001, quando este pertencia ao extinto Jornal da Tarde, foi editor. Depois integrou, entre 2002 e 2013, o time da revista Autoesporte, onde chegou também ao posto de editor, e atuou por quase dois anos como freelancer para Quatro Rodas, Car and Driver, Folha de S.Paulo, UOL, Valor Econômico, The Economist, Notícias Automotivas, Automotive Business e programa Auto Esporte”. Seu novo contato é o hairton.ponciano@estadao.com.
– Ricardo Paoletti assumiu o posto de diretor de Produção e Novos Projetos da Revanche, produtora independente de Paulo Markun. Com passagens pelas redações de A Gazeta Esportiva, Folha de S.Paulo e IstoÉ, onde atuou como editor de Economia e Negócios, Ricardo morou nos Estados Unidos de 1989 a 2006, de onde colaborou como correspondente da programação de rádio da Rede Brasil Atual. De volta a São Paulo, teve uma rápida passagem pela Revanche, em 2007, e depois coordenou as áreas de prestação de serviços de produção e de expansão da rede de retransmissoras da TV Cultura, emissora da Fundação Padre Anchieta.
– Gabriel Cruz, que até então vinha atuando como repórter, é o sucessor de Laerte Vieira na bancada do Jornal da Gazeta – 2ª Edição. Laerte não teve o seu contrato renovado com a TV Gazeta.
– O ex-jogador Alex (Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahce) foi contratado pela ESPN Brasil e deve estrear na emissora a partir de abril. No mesmo mês deverá chegar às livrarias Alex, a biografia, obra escrita por Marcos Eduardo Neves, autor das biografias dos jogadores Heleno de Freitas e Renato Gaúcho.
– A partir desta 2ª.feira (16/3), a Rádio Estadão passa a contar em sua equipe de colunistas com as análises do professor Sérgio Nogueira, que trará dicas diárias na programação sobre regras da língua portuguesa. Os ouvintes poderão participar do quadro Explica, professor?!, com perguntas enviadas via facebook e whatsapp.
– Paula Quental e Joel Santos puseram na rede o Solidare, blog especializado em informações sobre economia solidária e consumo responsável, projeto que nasce pela Hipermeios Agência de Conteúdo. Seu objetivo, como dizem os idealizadores, é divulgar com informação de qualidade todos os setores de atividades em que a economia solidária se faz presente: do cooperativismo ao consumo responsável.
– Após quatro meses de descanso, desde o anúncio de sua aposentadoria, o ex-repórter especial de Zero Hora Carlos Wagner está de volta à ativa. Por sua recém-criada Carlos Alberto Wagner & Reportagens, ele disse que até o fim do ano deverá lançar um livro sobre o trabalho dos repórteres no mundo atual: “Minha única meta é voltar a escrever livros sem ter que trabalhar a noite toda, nos finais de semana ou feriados”. Carlos também está programando palestras e não descarta a possibilidade de dar aulas de Jornalismo
Registro
Primeira mulher a trabalhar na imprensa de Campinas, faleceu em 7/3, aos 97 anos, a jornalista e escritora Célia Farjallat. Ela estava internada depois de se submeter a uma cirurgia renal e para desobstrução do intestino, mas não resistiu ao pós-operatório. Célia começou a escrever para o Correio Popular em 1942, período em que não assinava suas colunas, pois o jornalismo ainda era considerado uma carreira masculina. Teve cinco filhos (um deles falecido), e deixa 15 netos e 12 bisnetos.
Abraji
– A Abraji faz novamente pesquisa para medir o efeito prático para os jornalistas da Lei de Acesso a Informações Públicas. Realizada a primeira vez em 2013, a pesquisa, com perguntas curtas e objetivas, tem a finalidade de averiguar se houve mudança no quadro observado na época, quando dois terços dos profissionais tinham problemas para obter informações do Poder Executivo.
> As respostas coletadas no questionário servirão de base para um relatório que será lançado próximo ao terceiro aniversário da Lei, em maio. Para que o levantamento seja abrangente e consistente, a Abraji pede que o máximo de jornalistas respondam à pesquisa (mesmo que não tenham feito pedidos de informação a órgãos públicos).
Prêmios
– Quatro veículos brasileiros estão entre os premiados na edição 2014 do Best Of Digital Design, promovido pela organização internacional Society for News Design (SND), que reconhece trabalhos em jornalismo digital.
– A reportagem BR-470 – a Dor Que Os Números Não Contam, do Jornal de Santa Catarina, recebeu menção honrosa. Já o site do Globo Esporte foi o brasileiro com maior número de premiações, acumulando cinco no total, com: Cidade da Copa, Quem para a Raposa?, Como o Twitter reagiu ao jogo Brasil e Chile, Massacre em oito minutos e A casa dos loucos.
– O Estadão recebeu três prêmios de Excelência Gráfica, com os infográficos Torre Atto: Observatório sobre a floresta, Gabriel Medina – O sonho do Brasil no surf e O muro de Berlim. O Globo foi reconhecido pelo infográfico Onde atuam os jogadores da Copa.
– Veja a lista completa de ganhadores.
– Encerrado o prazo para concorrer ao II Prêmio Petrobras de Jornalismo, a organização registrou 1.104 trabalhos inscritos, contemplando todas as regiões do País. Neste ano serão distribuídos 36 prêmios para as melhores reportagens relacionadas a esporte, cultura, responsabilidade socioambiental, petróleo, gás e energia e fotojornalismo, com um valor total de R$ 471,25 mil. A cerimônia de entrega está prevista para junho, no Rio de Janeiro. Mais informações pelo imprensa@petrobras.com.br.
Livros
– Está marcado para 18/3, às 19h, um debate na sede da Folha de S.Paulo na capital paulista para o lançamento de A desintegração dos jornais, novo livro de Leão Serva, colunista do diário. Segundo ele, a obra aborda questões de estratégia e administração de jornais para estudantes de jornalismo e jornalistas, “normalmente avessos à discussão desses temas, que no entanto são cruciais”.
> O livro, diz Leão, “traz uma boa e uma má notícia: ‘acabou o jornalista proletário’, o que é bom; ‘está acabando o emprego em jornalismo’, o que é uma notícia difícil. Além disso, é contra a integração de redações online e convencionais, que todos os jornais orgulhosamente realizaram nos últimos anos, entre outras questões referentes ao drama do jornalismo nas últimas décadas. Também propõe que ‘o jornal do futuro é o jornal do passado’, que a superação da crise atual passa pela adoção de modelos mais próximos daqueles pequenos empreendimentos do século 19 anteriores à transformação do jornal em meios de comunicação de massa. E tem uma reflexão sobre como devem ser os cursos de jornalismo para os novos tempos da profissão, com o fim do jornalista proletário”.
– Parte dessa reflexão dá continuidade ao trabalho de pesquisa de jornais do século 19 que parcialmente resultou no livro Um tipógrafo na Colônia, que ele lançou no ano passado; e à pesquisa que fez para o MBA (2004-2008), em que se propôs a estudar administração de empresas jornalísticas – por dificuldade de conseguir dados internos das empresas, acabou fazendo a dissertação sobre outro tema.
– Editor do Jornal Pessoal, Lúcio Flávio Pinto lança o livro Uma arma letal – a imprensa do Pará, em que conta em detalhes a agressão que sofreu por causa de um artigo sobre Rômulo Maiorana Júnior, principal executivo do Grupo Liberal. Quem o agrediu foi o irmão de Rômulo, Ronaldo Batista Maiorana, em 21/1/2005. “Prestei queixa na polícia, que encaminhou o processo ao Ministério Público, que fez a denúncia, que resultou em processo em uma das varas do juizado especial e culminou no pagamento, pelo agressor, de multa equivalente a 50 salários mínimos. Não em dinheiro, mas no fornecimento de cestas básicas a instituições de caridade, uma das quais muito ligada à família. Um dos dois PMs que deram cobertura a Ronaldo, o que participou diretamente da agressão, foi punido com multa de um salário mínimo. Além de me negar a fazer qualquer acordo com meus agressores, nada mais pude fazer senão acompanhar, impotente, as tratativas do representante do MP atrás de um valor para a reparação do crime, já que o réu nada mais pode fazer no processo. Silêncio que lhe é imposto a pretexto de dar celeridade à instrução nas varas do juizado especial”, contou Lúcio Flávio em texto de introdução do livro publicado pelo Observatório da Imprensa. “Este livro é uma seleção de artigos que escrevi a partir do ano seguinte à agressão, até 2011 (evitei chegar mais perto de agora). Pouco tem a ver com ela. Minha intenção, ao reuni-los, é mostrar por que meus artigos incomodam tanto os donos da imprensa no Pará, sobretudo aos Maioranas, aqueles que têm o poderoso respaldo da Rede Globo”, disse o autor.
Pingos nos is – O e-mail correto de Dario Palhares, coautor do livro Porque se trata da vida, em parceria com Joaquim Castanheira (joaquim@castanheiracom.com.br), é dario@dpalhares.com.
Com informações dos Jornalistas&Cia