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Unidade: uma história de resistência dos jornalistas – a opinião do SJSP

Unidade: uma história de resistência dos jornalistas - a opinião do SJSP


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1975. Seis anos depois do Ato Institucional nº 5, o AI-5, considerado o golpe dentro do golpe, que endureceu ainda mais a ditadura militar iniciada em 1964, a repressão à resistência contra o regime militar se mantém intensa, principalmente por meio da ação de órgãos repressivos subordinados ao Exército e financiados por grandes empresários.

A censura rola solta na tentativa de calar a voz de estudantes, trabalhadores e sindicalistas, enquanto a “linha dura” providencia instrumentos mais pesados de tortura e planeja ações mais brutais contra qualquer movimento de oposição.

Nesse cenário de terror, o Movimento de Fortalecimento do Sindicato (MFS), liderado por Audálio Dantas, derrota os pelegos submissos ao regime e assume em abril a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), com o objetivo de resgatar o papel da entidade sindical como defensora dos direitos da categoria e também como protagonista das mudanças políticas e das transformações sociais necessárias para resgatar a democracia no país.

É assim que, em agosto de 1975, nasce o Unidade, o Jornal dos Jornalistas, que acaba se transformando em uma das principais publicações alternativas na luta contra o regime militar e a censura imposta nas grandes redações. O trabalho de produção do jornal é essencialmente coletivo, assim como todas as decisões da diretoria são compartilhadas.

Dois meses depois, em outubro, o jornalista Vladimir Herzog é assassinado nos porões do regime. O jornal Unidade assume então um papel de destaque como porta-voz da denúncia que o Sindicato faz do crime, e passa a ser referência nacional da nova fase da entidade como uma das protagonistas da luta intransigente contra a ditadura militar, pela volta da democracia, pela garantia do exercício profissional e pela liberdade de expressão.

Passados 40 anos, o Jornal dos Jornalistas tem muita história para contar, pautando não só a resistência da categoria contra novos ataques dos empresários de comunicação, como também registrando a atuação do SJSP novamente em defesa da democracia e contra qualquer tentativa de golpe.

A nova direção do Sindicato, eleita em agosto, reforça seu compromisso com a luta incansável para defender os empregos, por salários justos e por melhores condições de trabalho, diante da maior onda de demissões provocada e articulada pelo patronato. Este enorme desafio, que é de toda a categoria, é enfrentado agora nas mesas de negociação da Campanha Salarial, com as empresas buscando impor aos jornalistas o rebaixamento dos salários reais.

Enquanto tocam seus negócios com base em uma forte desoneração tributária, as empresas tentam criar um ambiente de pânico entre os jornalistas, para precarizar ainda mais as relações de trabalho, recorrendo a fraudes trabalhistas para rebaixar salários, direitos e benefícios, comprometendo o exercício do bom jornalismo. Querem que os jornalistas paguem a conta do modelo de negócios sem compromisso com a notícia e de suas dificuldades de gestão. Isso não se pode aceitar.

Apesar de tantas mudanças sociais e de todas as transformações no mundo do trabalho, 40 anos depois o papel do Sindicato continua sendo o de resistência da categoria, por meio da organização coletiva para defender nossa profissão e a função social do jornalismo, tão necessário à democracia. Vamos precisar de todo mundo. Com Unidade e Luta sempre.

 

Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)

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