Trabalhadores da Ford, junto a entidades sindicais, promoveram carreata até o Santuário de Aparecida. Cerca de trezentos carros participaram nesta sexta feira (29) do ato contra o fechamento da fábrica da montadora em Taubaté -SP. O ato, chamado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (SINDMETAU), faz parte de uma série de atividades que visa mobilizar os empregados e a sociedade para a luta contra o encerramento das atividades da fabricante no território nacional.
A concentração ocorreu as 7h30 da manhã no estacionamento da Ford. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) compareceu para prestar apoio junto com os sindicatos dos Metalúrgico do ABC, São José dos Campos, Pindamonhangaba, a Central Única dos Trabalhadores (regional Vale do Paraíba) e outras entidades de classe.
O presidente do Sindmetau, Cláudio Batista, falou da importância de se construir a mobilização nesse momento. “Nós estamos nos utilizando de todos os mecanismos e todos os atores da sociedade, porque não é admissível que a Ford, após mais de 100 anos no Brasil, utilizando mais de 20 bilhões dos cofres públicos, queira dar um adeus aos trabalhadores e trabalhadoras que construíram a imagem e o mercado da Ford no país”.
O diretor sindical na Ford Taubaté, Sidivaldo Borges, chamou a atenção para o processo de desindustrialização que está em curso no país, além das dificuldades dos trabalhadores no atual cenário de pandemia. “Os poderes públicos acabaram não dando a atenção devida para cada um deles, e principalmente a Ford, que em um momento de pandemia, cruel como esse, vira as costas para o trabalhador”.
O Deputado Federal Vicentinho (PT-SP) esteve presente no ato. Ele convocou, junto com o Deputal Federal Carlos Zaratinni (PT-SP), na última quarta-feira (27), audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o fechamento da montadora. A audiência contou representantes do PT, PC do B, PSB, Psol e do Ministério Público do Trabalho (MPT). Estiveram presentes também os presidentes da Câmara e do Senado. Os trabalhadores aguardam mais uma audiência pública para a semana que vem, ainda sem data definida.
Nesta segunda-feira (01), o Sindmetau chamou assembleia para tratar do encerramento das atividades da montadora. O fechamento das fábricas no país pode deixar 5 mil trabalhadores sem empregos, e perto de 120 mil postos de trabalho poderão ser extintos.