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EBC

Trabalhadores da EBC-SP denunciam precariedade antes do Prêmio APCA

Excelência do programa Sem Censura, que foi premiado, contrasta com condições precárias de trabalho em São Paulo. Paralisação na EBC-SP teve mais de 90% de adesão
Redação

Jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em São Paulo denunciaram as más condições de trabalho antes da cerimônia de entrega da premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), nesta terça, dia 10. No dia em que o programa Sem Censura, da TV Brasil, foi premiado como melhor programa de televisão, os trabalhadores da empresa em São Paulo fizeram uma paralisação de 24 horas para chamar atenção para os problemas estruturais que vêm se acumulando nos últimos anos. Mais de 90% dos jornalistas e radialistas da empresa aderiram à paralisação.

Com apoio dos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas de SP, trabalhadores da EBC ergueram cartazes e distribuíram um comunicado antes da cerimônia do Prêmio APCA, realizada no Teatro Sérgio Cardoso, no Bixiga. “Nós festejamos essa conquista do programa Sem Censura, que merece o prêmio e deve ser valorizado, mas queremos a mesma atenção com as condições de trabalho na praça de São Paulo”, disse Eduardo Viné Boldt, trabalhador da EBC e diretor do SJSP. Os sindicatos também chamaram atenção para a Rádio e TV Cultura, que sofrem com falta de investimentos do governo de São Paulo.

Os empregados pedem melhorias na infraestrutura da redação e estúdios da EBC-SP, além da concretização dos planos para produções na praça. Além da premiada, a apresentadora Cissa Guimarães, o evento contou com a presença do presidente da EBC, Jean Lima, e a diretora de Conteúdo e Programação da empresa, Antonia Pellegrino, que passaram pela entrada sem conversar com os trabalhadores.

Problemas se acumulam

Os jornalistas e radialistas da empresa aproveitaram a premiação para informar os presentes sobre os problemas enfrentados especialmente em São Paulo. Na praça localizada na maior cidade da América Latina, falta manutenção da estrutura básica, falta serviço de transporte que dê conta do deslocamento de repórteres, há problemas recorrentes com os aparelhos de ar condicionado, que são antigos, faltam câmeras e cartões para as equipes de reportagem da TV Brasil, entre outros problemas. A situação chegou ao limite no mês passado, quando um forro de gesso cedeu e caiu sobre quatro estações de trabalho. A sede da empresa em SP fica na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, um local que passou por duas graves enchentes, que representaram perda de equipamentos e risco aos trabalhadores. A EBC estudava a mudança para outro local, porém essa possibilidade foi descartada, segundo a direção da empresa por falta de orçamento disponível.

Ao mesmo tempo em que a empresa sofre com restrição de investimentos e problemas estruturais, ela renovou contratos e aumentou gastos em algumas produções. O próprio Sem Censura teve aumento de 25% no contrato firmado com a produtora “A Fábrica Entretenimento”, que produz o programa junto a trabalhadores do quadro da EBC no Rio de Janeiro. Enquanto isso, jornalistas e radialistas da empresa seguem convivendo com condições precárias, e sem perspectivas de melhorias significativas no curto prazo.

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