Reunidos em assembleia nesta segunda-feira (6), jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) rejeitaram a proposta da empresa apresentada na última sexta-feira (3) que mantinha uma série de retirada de direitos, como a instituição do banco de horas de forma pouco transparente, o reajuste não retroativo à data-base (1º de novembro de 2020) e a extinção da progressão de carreira vigente, bem como o anuênio e o quinquênio.
Ao todo, a proposta foi rejeitada por 343 trabalhadores e 137 votaram favoráveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Utilizando-se de uma prática antissindical, a EBC incentivou que parte de seus funcionários, especialmente do setor administrativo, comparecesse às assembleias nas praças, inclusive disponibilizando meios de transporte, e votasse pela aprovação da proposta da empresa. “Apesar dessa prática, as entidades sindicais e os trabalhadores em greve conseguiram reverter a situação e, agora, a greve continua”, disse Eduardo Viné Boldt, funcionário da empresa e diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
A greve está no 12º dia e a mobilização aumenta a cada dia. Cerca de 70% dos funcionários da empresa nas três praças aderiram à paralisação.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a manutenção de direitos já garantidos e conquistados por meio dos Acordos Coletivos de Trabalho, suspenso pela empresa. Além disso, jornalistas e radialistas estão há mais de um ano sem reajuste, enfrentando cortes sucessivos de direito como a estabilidade para mães que retornam da licença-maternidade, o auxílio a pessoas com deficiência, redução da hora noturna e liberações sindicais.
Os sindicatos e a Comissão de Empregados repudiam a falta de retorno sobre a pauta de reivindicações e consideram que a atitude faz parte do conjunto de ações em prol do desmonte e privatização da empresa.