Mariana Fernandes e Alexsander Ferraz, jornalistas de A Tribuna, de Santos, foram ameaçados, xingados e atingidos por um artefato explosivo durante a cobertura de uma manifestação de taxistas que protestavam nas vias da cidade, nesta quinta-feira (1), contra o uso de aplicativos para transporte particular de passageiros.
Quando os jornalistas chegaram à Praça Mauá, no centro de Santos, um grupo de taxistas ameaçou a equipe gritando “Sai daqui, senão vai azedar pra vocês”. A Regional Santos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) enviou ofício a Samuel Fonseca, presidente do Sindicato dos Taxistas (SindTáxi) do município, cobrando medidas urgentes.
Na opinião de Glauco Braga, diretor regional do SJSP em Santos, se os taxistas estão aborrecidos com a linha editorial de A Tribuna, deveriam fazer protestos em frente à sede do jornal e não fazer dos jornalistas alvo do problema. “Em vez de querer bater e agredir jornalistas, que tal repensar qual o serviço que vocês oferecem há décadas à população?”, questiona Braga no ofício enviado ao SindTáxi.
Segundo notícia divulgada pela Tribuna, Fonseca foi procurado e se limitou a afirmar que o SindTáxi “repudia atos violentos por parte de membros da categoria”. Para tentar identificar os autores da agressão e do lançamento do explosivo, o jornal também informa que solicitou que a Prefeitura forneça imagens das câmeras de monitoramento.
O caso de agressão a jornalistas não é o primeiro protagonizado pelos taxistas em Santos. Em 5 de setembro de 2016, a repórter Débora Pedroso foi cercada e ofendida por um grupo de taxistas comandados pelo vereador Ademir Pestana (PSDB).
Na época, o SJSP prestou apoio à profissional, mas o vereador tucano procurou a editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto, e, como Braga denuncia, “tudo acabou com um quente e saboroso cafezinho. O diário local se dispôs a fazer apenas um textinho dizendo que ‘se fizerem de novo vão se ver com a gente’. Com certeza, não vão fazer nada. Nem um Boletim de Ocorrência a jornalista registrou, já que poderia ser punida pelo jornal”, conclui o sindicalista.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo