Na próxima segunda-feira (3), diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) se reúnem com representantes do jornal Diario do Comércio, órgão da Associação Comercial de São Paulo, que nesta sexta-feira (31) anunciou o encerramento de suas atividades na versão impressa. O veículo já não circulará na próxima semana e deverá optar por uma plataforma online.
Os trabalhadores, que incluem jornalistas e gráficos, foram informados hoje à tarde do encerramento da versão impressa e colocados em licença remunerada, o que significa que os trabalhadores ficarão em suas casas a espera do desfecho da situação.
Vários jornalistas entraram em contato com o Sindicato para comunicar a decisão. “Nosso trabalho será o de preservar os empregos dos jornalistas, pois a versão online também precisará produzir conteúdo jornalístico”, diz o presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto). “Na segunda-feira, com as negociações que serão realizadas entre as partes, é que teremos um quadro mais claro da situação, mas, a preservação dos empregos será a pauta principal”, diz ele.
A decisão pegou todos os trabalhadores de surpresa no início da tarde de sexta-feira pois, apesar de ser uma publicação dirigida aos empresários associados à Associação Comercial e de não ser vendida em bancas, o jornal tem mais de 90 anos de circulação e sua cobertura é referência na área de Economia e, inclusive, foi alvo de uma modernização editorial no início da década de 2000.
Os dirigentes do Diário anunciaram em um comunicado que o jornal “entra numa nova etapa”. “A continuidade da versão impressa do Diário do Comércio estava ameaçada por anos de operação com resultados negativos, o que determinou a atual decisão”, diz o texto, assinado por Rogério Amato, presidente da associação.
Por conta disso, a redação passará por uma “reformulação”; somente os colunistas serão mantidos. “Estamos reformulando a equipe de profissionais para o novo projeto. Somos gratos, ao mesmo tempo, àqueles que se empenharam para engrandecer o jornal impresso que deixará de circular”, acrescenta o comunicado.
Mais uma vez, os empresários tratam os trabalhadores com desrespeito. Dezenas de famílias podem ser prejudicadas por uma decisão tomada em gabinetes sem a devida negociação prévia com os sindicatos e comunicada aos funcionários apenas no momento em que se preparavam para mais uma jornada de trabalho.
