O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia atitude do diretor de Comunicação Institucional da prefeitura de Limeira, João Leonardi, que ameaçou, coagiu e intimidou durante sessão da Câmara Municipal daquela cidade o jornalista do Jornal de Limeira, Paulo Silas.
O motivo da intimidação seria uma nota publicada dia 28 de janeiro pelo jornalista na coluna Vai & Vem, onde o profissional diz que o prefeito da cidade, Paulo Hadich (PSB), teria enviado seu “cão de guarda” para uma votação na Câmara.
Leonardi, na abordagem ao jornalista, teria perguntado “quem seria o cão de guarda”. Pediu ainda para conversar “fora da Câmara”, de forma “intimidadora”, segundo Silas. Outro servidor teria impedido o assédio, separando ambos.
O jornalista registrou BO (boletim de ocorrência). “Qualquer ação ou atitude que venha buscar cercear a liberdade de imprensa e de opinião deve ser severamente punida e repudiada, principalmente de pessoas que ocupam cargos de confiança dentro do Poder Público”, disse Silas, que em nenhum momento afirmou que Leonardi seria o tal “cão de guarda”. “Achei estranho ele ter tomado as dores quando este termo foi citado na coluna”, completou.
SJSP
O episódio foi trazido ao conhecimento do secretário geral do SJSP, André Freire, que considerou inadmissível a coação ao profissional. “É deplorável ser ameaçado por exercer a profissão”, observou. “O Sindicato exige a retratação de João Leonardi e se coloca à disposição de Silas para eventuais procedimentos judiciais”.
Já o diretor institucional da Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas),
José Carlos Torves, observou que cada vez mais jornalistas no Brasil vêm sofrendo intimidações, ameaças e agressões físicas e verbais. De acordo com relatório de 2014, publicado pela federação, o ano passado foi o mais violento para os jornalistas brasileiros, com 129 casos de violência registrados.
Leonardi, por sua vez, nega que tenha ocorrido qualquer ameaça ou tentativa de intimidação e afirma que chamou o jornalista apenas para fazer um questionamento. “Quis fazer a pergunta particularmente. Ele está querendo dar uma conotação maior de vítima e não é nada disso. Em nenhum momento, ele foi ameaçado. Foi uma conversa”, afirmou.