O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) rendeu homenagens na noite de ontem, 13 de fevereiro, em memória da companheira e dirigente sindical Candida Maria Vieira.
A companheira faleceu no dia 18 de janeiro em sua residência, vítima de uma embolia pulmonar. O histórico auditório Vladimir Herzog, espaço de resistência e luta, recebeu familiares, amigos, autoridades e entidades parceiras que vieram prestar suas homenagens à jornalista.
Cerimônia
O ato foi conduzido pelo companheiro José Eduardo de Souza, Secretário Geral do SJSP, que abriu os trabalhos e lembrou com carinho da atuação firme e generosa da companheira. Candida ingressou como diretora do SJSP em 2009, e no ano de 2012 ocupou cargo na Diretoria Executiva da entidade, primeiro como Secretária de Administração e Finanças e depois como Secretária Geral. Neste mandato, seguiu sua luta como diretora de ação sindical.

O primeiro a tomar a palavra durante a homenagem foi seu filho, Pablo Vieira Pereira. Emocionado, ele lembrou da atuação de sua mãe e de como ela dividia sua vida entre a responsabilidade de criar seus dois filhos (Renoir e Pablo) com sua militância política e sindical.

Ele comentou que desde muito jovem acompanhou Candida em assembleias e reuniões do Partido dos Trabalhadores, e falou com orgulho da atuação militante de sua mãe. “Uma das histórias clássicas de minha mãe foi que ela foi detida pintando o muro durante uma das eleições do Maluf. Para mim foi uma formação. Ela ensinou a gente em casa a ter empatia e respeito pelos outros, e a entender que todo mundo é trabalhador”, relembrou Pablo.
Outro companheiro que tomou a palavra foi Joca Duarte. O repórter fotográfico lembrou de momentos em que atuaram juntos ao longo de suas carreiras.

O vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Paulo Zocchi, relembrou o compromisso da companheira em se dedicar à luta sindical e à defesa dos trabalhadores jornalistas, e ao firme posicionamento da companheira frente aos desafios políticos do país. “A luta do sindicato é uma luta pela organização dos trabalhadores para defender as suas condições de vida, defender os seus direitos, defender suas convenções e acordos”, ressalta. “Candida era uma companheira valorosa na discussão política que a gente levava até a categoria, pois nosso sindicato sempre se posicionou frente à situação política do país.”

O deputado Paulo Batista Reis (PT) também ressaltou o relevante trabalho de Candida em seu gabinete. Por mais de 10 anos, ela foi assessora do parlamentar na Câmara dos Vereadores e agora na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Reis ressaltou sua lealdade e eficiência nas demandas da atividade parlamentar, e expôs o vazio de sua ausência. “A impressão que eu tenho é que ela ainda está do nosso lado, porque eu não consegui substituir a Candida”, disse.
Ao final da atividade, Thiago Tanji, presidente do SJSP, relembrou não apenas as qualidades políticas da companheira, mas também suas características pessoais, marcadas pela gentileza, tranquilidade e afeto. “Muitas funcionárias do Sindicato fizeram questão de estar presentes nesse ato porque gostavam da Candida. E desta mesma maneira, recebemos diferentes relatos de quanto ela era essa pessoa agregadora e afetuosa.”

“Agora, devemos seguir honrando sua vida e seu exemplo, a partir das lutas que teremos em nosso Sindicato”, concluiu Tanji.
Reconhecimento
Como reconhecimento ao trabalho exercido pela companheira Candida no SJSP, a diretoria da entidade resolveu homenageá-la nomeando a sala de reuniões da Diretoria com o seu nome.

Em uma solenidade com os presentes no ato, foi descerrada a placa com seu nome. Dentro da sala de reuniões, uma foto de Cândida com sua biografia também foi instalada, com o objetivo de eternizar a atuação da jornalista na memória do Sindicato.