Nesta quinta-feira (06), jornalistas do Diário do Comércio, órgão da Associação Comercial de São Paulo, estiveram reunidos novamente em assembleia no auditório Vladimir Herzog, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), para analisar a proposta apresentada pela entidade para indenizar os demitidos, uma vez que, na sexta-feira passada, ela anunciou o fim da publicação impressa e a manutenção de poucos profissionais para fazer uma nova versão online. Na reunião, mais de 30 jornalistas estiveram presentes, praticamente toda a redação do veículo.
O Sindicato protestou contra as demissões, insistiu que sejam mantidos os empregos para a confecção da publicação em versão digital. O DC apresentou uma proposta indenizatória que prevê a concessão de 15% sobre o salário por ano trabalhado, 4 meses de plano de saúde e 3 meses de vale alimentação. Na assembleia, que analisou a proposta, os participantes consideraram-na muito baixa e solicitaram que os dirigentes do SJSP voltassem a negociar sob valores mais condizentes, que possam de fato atenuar a gravidade de uma demissão em massa, sem nenhum anúncio prévio, que daria alguma possibilidade dos trabalhadores já irem procurando outras alternativas de trabalho. Também aprovaram o texto de uma carta a ser enviada à diretoria da Associação Comercial de São Paulo e para todas as Regionais da entidade, cujo teor está abaixo.
Temporariamente, os jornalistas foram colocados em licença remunerada por dez dias e ela deverá perdurar enquanto durarem as negociações. Nova reunião com os representantes do Diário do Comércio está prevista pra acontecer na próxima segunda-feira (10).
Carta Aberta aos Conselheiros da Associação Comercial de São Paulo
O fechamento pela Associação Comercial de São Paulo de forma abrupta da edição impressa do Diário do Comércio e sua manutenção apenas na plataforma digital surpreendeu trabalhadores, leitores, o mercado publicitário e, inclusive, parte da própria diretoria desta entidade. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo lamenta a decisão pois o jornal, que se aproximava de seu centenário, tem grande acolhida entre industriais, comerciantes, e órgãos públicos de todas as esferas administrativas. Sua linha editorial, dirigida ao segmento empresarial, sempre serviu de referência na área, inclusive para outros veículos de comunicação.
Investir em novas mídias é uma decisão condizente com a realidade atual da comunicação, mas não invalida ou substitui a necessidade do jornal impresso, que preenche um espaço próprio junto aos leitores e confiabilidade entre todas as mídias, conforme atestam pesquisas recentemente divulgadas.
Diante do exposto, o Sindicato dos Jornalistas, em nome dos cidadãos de São Paulo e dos jornalistas que colaboraram por anos com o Diário do Comércio, solicita à diretoria da ACSP que mantenha o emprego de todos os profissionais envolvidos em sua confecção
O trabalho competente e especializado dos jornalistas do Diario do Comércio é necessário na nova plataforma e na edição impressa.
Portanto, que a decisão seja reavaliada e a edição impressa retomada brevemente .
São Paulo, 6 de novembro de 2014