O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) convoca a categoria a se somar às manifestações que acontecerão no próximo dia 10 de dezembro (terça-feira): na capital, o ato ocorrerá a partir das 17h, com concentração em frente ao Masp.
Como jornalistas, sabemos bem o que representou a permanente ameaça golpista liderada por Jair Bolsonaro e seus apoiadores durante seu governo: nossa categoria profissional, considerada uma inimiga simplesmente por reportar os fatos que aconteciam durante anos de autoritarismo e obscurantismo, sofreu ataques quase cotidianos e violências sistemáticas, em uma evidente tentativa de cerceamento do livre exercício do jornalismo.
A investigação que revelou o plano liderado por membros das Forças Armadas que tinha como objetivo o assassinato, ainda em 2002, do então presidente eleito Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes apenas evidencia que os repetidos alertas de que a democracia brasileira esteve em iminente risco não eram simples alarmismo.
A partir do apoio e participação dos generais Braga Netto, Augusto Heleno, Mário Fernandes e outros que integravam a cúpula do Exército e do governo Bolsonaro, os planos golpistas previam o que ocorreria no “dia depois de amanhã”: numa das mensagens que constam do relatório divulgado pela Polícia Federal, um major pergunta se há planejamento para “CPGs”, sigla para “campo de prisioneiros de guerra”. Não há exagero algum em afirmar que a intenção de assassinar lideranças políticas se estenderia também a muitas outras pessoas, incluindo jornalistas.
É por tudo isso que devemos bradar em alto e bom som: sem perdão para Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Mário Fernandes e todos os demais militares e civis envolvidos nas tramas golpistas do passado e do presente, inclusive nos atos realizados em 8 de janeiro de 2023 no Distrito Federal.
A punição justa a quem ataca o povo brasileiro é uma obrigação civilizatória: como lamentavelmente presenciamos nos últimos meses no estado de São Paulo, o modelo militarista e a certeza da impunidade são responsáveis pelos diversos casos de violência policial que resultam em abusos e assassinatos em massa, como os 80 populares assassinados na Baixada Santista nas operações policiais Escudo e Verão e outros episódios mais recentes, igualmente chocantes, como a execução por um PM, com 11 tiros, de um rapaz que havia praticado pequeno furto.
A punição aos golpistas, sem qualquer tipo de anistia ou “acordão”, é também necessária para não esquecermos daqueles que em 2016 atacaram nossa democracia com a ilegítima deposição da presidenta Dilma Rousseff, impondo ao povo brasileiro o arrocho e a piora das condições de vida a partir da retomada das privatizações, da reforma trabalhista, da reforma da Previdência Social e da lei das terceirizações.
Para que possamos de fato retomar um caminho de esperança e de melhoria concreta nas condições de vida da classe trabalhadora, com a luta que emerge a partir de reivindicações absolutamente justas como o fim da escala 6 por 1, é necessário remover o lixo golpista do passado e trilhar uma nova realidade.
Ato “Sem anistia, prisão para golpistas!”
Data e hora: 10 de dezembro (terça-feira), às 17h
Local: Avenida Paulista, em frente ao Masp