A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) esteve reunida na tarde desta segunda-feira (3) com representantes do jornal Diario do Comércio, órgão da Associação Comercial de São Paulo, que na última sexta-feira (31) anunciou o encerramento das atividades na versão impressa. O veículo, que tem mais de 90 anos de existência, deixou de circular de uma hora para outra e desde hoje não foi distribuído aos associados da entidade, passando a ser realizado apenas em plataforma online.
Os dirigentes sindicais protestaram pela maneira como a empresa anunciou o fim do jornal, que ocasionará a demissão de dezenas de trabalhadores, já que os representantes do jornal confirmaram a redução da equipe. Por este motivo, os jornalistas estão sendo convidados para uma reunião na próxima quarta-feira (5), às 14 horas, no Sindicato, com o objetivo de discutir a situação. Nova negociação com os representantes do Diário do Comércio está marcada para o dia seguinte (quinta-feira).
Os trabalhadores foram colocados em licença remunerada por dez dias. “Nosso empenho é para preservar os empregos dos jornalistas”, diz o presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto). “Temporariamente, pedimos aos representantes do DC que, enquanto perdurarem as negociações, que nenhum trabalhador seja demitido”, diz ele.
Na última sexta-feira, os dirigentes do Diário anunciaram em um comunicado que o jornal estava entrando “numa nova etapa”. “A continuidade da versão impressa do Diário do Comércio estava ameaçada por anos de operação com resultados negativos, o que determinou a atual decisão”, diz o texto, assinado por Rogério Amato, presidente da associação.
Afif Domingos
O ex-presidente da Associação Comercial e São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que é o atual vice-governador de São Paulo e ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República divulgou em rede social sua opinião onde demonstra desconforto com o fim do Diário do Comércio impresso e com a maneira como ela foi realizada:
“O nosso público é antigo e conservador. Ainda da era do papel impresso. Acabando com ele de forma tão abrupta, corremos o risco de perdermos os antigos e não conquistarmos os novos. Deveríamos planejar a transição de forma aberta e não hermética. Enfim, fica a impressão de que tudo que foi feito não tem nenhum reconhecimento. Espero que estejam realmente sabendo o que estão fazendo pois, quando um pequeno grupo de iluminados se fecha para traçar um futuro sem passado, podem conduzir para o vazio do nada. Inclua-me entre os emails dos que se manifestam pela morte do nosso querido e glorioso Diario do Comércio”.
É importante a presença dos jornalistas nesta quarta-feira para avançar na negociação e impedir o desemprego.