Na manhã desta terça-feira (11), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e dos Radialistas fizeram uma manifestação conjunta em frente à sede da Rede TV!, em Osasco, para protestar contra o atraso nos salários dos trabalhadores, inclusive dos jornalistas.
Os sindicatos haviam programado nova manifestação para o período da tarde, mas o ato foi suspenso porque a diretoria da Rede TV! se comprometeu a pagar os salários ainda no final do dia. Caso a empresa não cumpra o compromisso, um novo protesto deve acontecer às 10 horas desta quarta-feira (12).
Na semana passada, a direção do SJSP já havia recebido denúncias de que alguns setores da empresa, inclusive dos jornalistas frilas da área de Web, estavam sem receber pagamento e que havia corte de pessoal, principalmente na área técnica. Nos bastidores a notícia é de que até a apresentadora Hebe está sem receber pagamento há alguns meses.
Os trabalhadores que procuraram o Sindicato para fazer as denúncias disseram que os problemas são os mesmos em todo o Brasil. A falta de pagamento pode afetar também o serviço de fornecedores, incluindo o restaurante que está sob ameaça de corte no fornecimento pois, segundo as mesmas denúncias, está sem receber o devido pagamento. Há um clima de intranquilidade, principalmente porque os atuais donos da RedeTV!, Marcelo Carvalho e Amilcare Dallevo, parece que não se entendem na política de administração da empresa e não estão conseguindo estancar a crise. O Sindicato apurou que Marcelo chegou, inclusive, a pensar em vender as ações que tem na emissora.
Ministério Público do Trabalho
Os problemas na RedeTV! se aprofundaram no final do ano passado por falta de pagamento dos PJs – procedimento de contratação ilegal – e se agravaram com a saída do programa Pânico na TV para a Rede Bandeirantes. O Sindicato chegou a ingressar com denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a empresa regularizasse os pagamentos devidos, o que de fato acabou acontecendo. Em março deste ano, houve novas demissões, com corte de 30% na folha de pagamento, que não afetou diretamente o Jornalismo.