Empresa também suspendeu, até abril de 2018, o direito de férias de 117 mil trabalhadores
No dia seguinte à aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, que libera a terceirização para todas as atividades das empresas, inclusive no setor público, o presidente dos Correios, Guilherme Campos (PSD/SP), anunciou nesta quinta-feira (23) a Demissão Motivada dos trabalhadores da estatal, alegando dificuldades financeiras diante da crise econômica.
Outra medida já havia sido imposta pela direção da empresa na quarta-feira (22): a suspensão das férias de todos os 117 mil trabalhadores dos Correios por 12 meses, de maio de 2017 a abril de 2018.
A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) critica a medida porque a empresa vai economizar a custa do direito legal dos trabalhadores às férias remuneradas e com consequente prejuízo à qualidade do serviço prestado à sociedade brasileira.
Os sindicalistas denunciam que, enquanto a conta da suposta crise financeira nos Correios é repassada aos trabalhadores, um grupo de vice-presidentes da empresa exibe em redes sociais viagem à Alemanha e outros três países, paga pela estatal em um tour chamado de “Expedição técnica aos hubs aéreos de encomendas”.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos emprega cerca de 70 jornalistas em todo o país. Para a diretoria do SJSP, com a aprovação do PL 4302/98 e o anúncio da demissões, abre-se o caminho para a terceirização imediata das atividades de assessoria de imprensa e comunicação interna dos Correios e, a médio prazo, para a privatização da estatal.
Ainda segundo os sindicalistas, o anúncio dos Correios representa um claro atentado aos direitos não só dos trabalhadores, mas também da população brasileira em ter um serviço postal público, com garantias constitucionais de universalização.
Escrito por: Redação – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo