O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia mais uma agressão pela Polícia Militar, que desta vez vitimou o repórter do Diário do Centro do Mundo (DCM), Mauro Donato, que cobria a reintegração de posse no Centro Paula Souza.
Ele sofreu um corte profundo no supercílio depois de levar golpe de cassetete da PM de surpresa. “Os policiais mandaram que fôssemos para um canto. De repente, começaram a bater com vontade. Quando vi, acertaram meu rosto”, relatou Donato.
Na semana passada, a repórter da rádio CBN, Annie Zanetti também foi agredida com gás de pimenta nos olhos coincidentemente quando cobria a manifestação de estudantes. O Sindicato enviou ofício para o governador Geraldo Alckmin solicitando providências para o caso, mas até agora não obteve retorno.
Em abril, o jornalista Henrique Beirangê, da revista Carta Capital, também recebeu ameaças do advogado Rogério Auad, cunhado do deputado Fernando Capez (PSDB-SP). De acordo com o veículo, as intimidações começaram após uma reportagem sobre as mais de 20 empresas abertas em nome dos familiares do parlamentar.
As primeiras ameaças foram feitas por e-mail. “Eu fiz 25 anos de karatê e sempre apliquei isto na minha vida. Olha dá certo”. Entretanto, as intimidações ficaram mais contundentes, quando Beirangê passou a receber mensagens do advogado no celular.
O repórter registrou um boletim de ocorrência contra Auad. Em resposta, a Carta Capital disse que não se intimidará com a atitude do advogado. “Não deixaremos de divulgar informações de interesse da população em hipótese alguma. Tais ameaças apenas reforçam a certeza de esse é o caminho que devemos seguir”.
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), condenou as ameaças ao jornalista.
Para a direção do SJSP, a ação covarde, exagerada, desnecessária e constante da PM precisa ser coibida imediatamente pela Secretaria de Segurança Pública e dos órgãos competentes com a localização e a punição ao policial agressor. Os jornalistas são trabalhadores e estão para cumprir o seu papel de informar e não para serem hostilizados e agredidos. A atitude, é uma afronta ao exercício da profissão e ao direito democrático da informação.