O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) solicita novamente providências da Secretaria de Segurança Pública paulista para identificação e punição aos agressores do repórter fotográfico, Rivaldo Gomes, espancado por um grupo de 10 pessoas, no último domingo (24) na praia do Boqueirão, em Santos, no litoral sul de São Paulo. Ele sofreu lesões na perna esquerda, no braço esquerdo e perdeu parte dos dentes dianteiros.
Rivaldo, que trabalha para a Folhapress, do Grupo Folha, fotografava o movimento de turistas no litoral santista e, ao efetuar os registros, um banhista cismou que ele fotografava sua mulher e começou a intimidá-lo. Exigiu que ele apagasse as fotos. Como ele se negou, propôs apagar apenas as que por ventura aparecesse sua mulher. Ele não aceitou.
“Você fica fotografando as mulheres dos caras aí. Ficou fazendo fotos da minha mulher. Você está arrumando para sua cabeça”, disse ameaçador um dos agressores, exigindo que ele apagasse todas as fotos.
“Eu te mostro elas, mas não posso apagar todas. Se por acaso sua mulher estiver aqui, eu a deleto”, tentou negociar o repórter. “Não. Você vai apagar tudo”, disse o agressor sem concordar. Nisso ele já estava cercado por um grupo e um deles o golpeou por trás na cabeça. Arrancaram-lhe das mãos a máquina fotográfica, o derrubaram no chão e passaram a lhe desferir socos e pontapés. Chegaram a lhe agredir com sua própria máquina.
“Tomei um chute na boca. Fiquei todo ensanguentado. Como estava sem o equipamento, peguei o celular e fotografei o bando. Eles viram, levei outro “pau”. Também me arrancaram o celular. A todo tempo me diziam que eu tinha mexido com a família errada”, relata Rivaldo.
O mais grave foi a negligência da PM, que em momento algum tentou localizar os agressores, apesar dos reiterados pedidos do repórter fotográfico. Ele informou aos policiais que poderia os reconhecer naquele momento, mas foi levado ao hospital sem que os policiais tentassem localizar aqueles que o tinham agredido.
A câmera fotográfica e o celular foram misteriosamente devolvidos ao repórter fotográfico no Distrito Policial, onde foi lavrado o Boletim de Ocorrência. Uma evidência de que os PMs conheciam os agressores.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo exige a localização e punição dos envolvidos na agressão e tomará medidas judiciais cabíveis para que sejam localizados. Este é o segundo episódio de agressão a jornalistas ocorridos esta semana, ambas no domingo. A outra foi ao jornalista Pio Redondo, na avenida Paulista em São Paulo. Veja matéria a respeito neste site.
