A redação do Jornal da Tarde transformou-se em um verdadeiro caos na tarde desta quarta-feira (10/10). Segundo afirmaram alguns leitores da publicação, o próprio Departamento de Assinatura da publicação estaria informando que o Jornal da Tarde seria fechado em novembro. A informação também chegou à redação e mobilizou os jornalistas que, revoltados, procuravam informações das próprias chefias que afirmavam que não foram comunicados sobre a drástica decisão de descontinuar a publicação.
Diante do clima tenso que se abateu sobre a redação, e da confirmação de que a informação era realmente divulgada pelos atendentes, ao final da tarde os jornalistas receberam um breve comunicado do diretor de conteúdo, Ricardo Gandour, afirmando que se tratam apenas de boatos e de uma confusão do departamento de assinatura, mas que, na verdade, a empresa estuda “cenários alternativos para diversos produtos e cadernos”. Desta forma, o SJSP tentou contato com a direção do Estadão, mas não obteve resposta e, por isso, enviou mensagem por e-mail cobrando uma posição da empresa, para saber a verdade dos fatos:
Esta é a íntegra da mensagem encaminhada à empresa:
Nesta quarta-feira o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo recebeu a reclamação, repassada por leitores do Jornal da Tarde, que tentaram renovar sua assinatura, de que a publicação seria fechada no mês de novembro. Segundo os leitores, essa informação teria sido obtida dos atendentes da empresa que afirmaram não ser mais possível renovar a assinatura do jornal.
Preocupados com esta hipótese, entramos em contato com a redação do jornal que afirmou desconhecer completamente o fato. Os jornalistas consultados pelo Sindicato ficaram surpresos já que tal informação, que é transmitida pelo atendimento, em momento algum foi comunicada pela empresa aos jornalistas
Diante dessa situação, que consideramos absurda, solicitamos informações sobre a continuidade da publicação e abertura imediata de negociação, caso a situação se confirme.
A hipótese de demissão em massa dos profissionais é inconcebível e poderá ser alvo de ação de dissídio coletivo junto ao Tribunal Regional do Trabalho, pois fere princípios da OIT, da função social do trabalho e do relacionamento entre as partes.
Atenciosamente
José Augusto Camargo
Presidente do SJSP