O Sindicato dos Jornalistas reuniu-se com os trabalhadores da RAC – Rede Anhanguera de Comunicação, de Campinas, na tarde de terça-feira (21/07), para discutir estratégias de resistência ao anúncio da empresa que pretende realizar demissões em suas redações. O grupo alega dificuldades para manutenção do negócio e do emprego devido ao momento econômico e às mudanças tecnológicas.
O Sindicato posicionou-se contra as demissões e chamou a categoria para decidir em conjunto formas de enfrentamento ao problema. Na reunião, os trabalhadores levantaram um conjunto de questões e foi traçado um calendário de atividades para aprofundar o debate.
Reajuste abaixo da inflação, práticas antissindicais e demissões em massa paralisam a Campanha Salarial
Os jornalistas de jornais e revista do interior estão em plena Campanha Salarial. A data base é 1º de junho. Logo na primeira rodada de negociação, os patrões ofereceram reajuste de 4,5% em todos os salários, cujo valor é abaixo do índice inflacionário do período. Além de nenhum reajuste nas cláusulas econômicas e nenhuma alteração nas demais cláusulas.
Dias depois o jornal A Tribuna, de Santos, demitiu jornalistas, entre eles, dois dirigentes sindicais. Para enfrentar esta situação, o Sindicato realizou dois atos de protestos e impetrou no Tribunal uma ação de dissídio coletivo, o qual será julgado na próxima quinta (23). Entretanto, o Sindicato já conquistou uma vitória, que é a empresa estar impedida de demitir até o julgamento.
Por conta disso, o sindicato cancelar a rodada de negociação na semana passada, em forma de protesto, e também cancelou a desta quarta-feira (22/07).
Agora fomos novamente pegos de surpresa com o anúncio de possíveis demissões na RAC – que edita os jornais Correio Popular, Notícias Já e o site RAC.com.
A avaliação do Sindicato é de que uma leva de demissões em massa, em plena campanha salarial, atingindo diversas empresas, mostra uma disposição dos patrões para agravarem ainda mais as já precárias condições de trabalho da categoria. O desafio do Sindicato e da categoria é o de reagir a esta situação, por meio da organização, da ação coletiva e da pressão sobre as empresas. Para os jornalistas, é uma questão vital a defesa do valor do salário real e dos postos de trabalho, pois as redações já estão enxutas e a carga de trabalho, pesada.
Legenda: Diretor da Regional Campinas do SJSP, Agildo Nogueira Júnior (ao microfone) discute estratégias com os trabalhadores da RAC
Foto: Ana Flávia Marx
