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Sindicato luta para que jornalistas de Portais sejam reconhecidos

Sindicato luta para que jornalistas de Portais sejam reconhecidos


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No final de agosto, o portal Terra, ligado à multinacional espanhola Telefonica, anunciou a demissão de cerca de 100 trabalhadores em várias cidades brasileiras. Na capital paulista, mais de 50 foram desligados, incluindo toda a equipe de fotografia e das áreas de Esportes, TV Terra, Diversão, entre outras.

Apesar de serem jornalistas, eles não puderam fazer a homologação das demissões no Departamento Jurídico do Sindicato. O motivo é que as empresas de Internet teimam em não reconhecer que a equipe que produz o conteúdo é composta por jornalistas.

Desde 2010, os dirigentes sindicais travam uma difícil batalha com as empresas de Internet. Elas insistem em considerar os profissionais como trabalhadores do ramo de Informática, que cumprem jornada de trabalho de 8 horas diárias (ou 44 horas semanais), contra as 5 horas ou 7 horas do ramo jornalístico (de 30 a 42 horas semanais). Há ainda diferenças gritantes na Convenção Coletiva de Trabalho das duas categorias e quem sai perdendo são os jornalistas.

“O Sindicato tenta há anos negociar com os portais, mas eles não admitem ter jornalistas em seus quadros. Desde então temos encontrado dificuldades”, diz o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto).
Diante das dispensas no Terra, os dirigentes sindicais aconselharam os profissionais di Portal a procurar o Sindicato (F: 11 3217-6299 ramal 6293), porque há possibilidades reais de ganho na Justiça.

 

Represálias

A reportagem do Unidade conseguiu contato com  trabalhadores demitidos do  Terra e alguns deles concordaram em falar em off, já que temiam represálias e dificuldades na recolocação no mercado de trabalho. Um deles chegou a escrever em um post no facebook do Sindicato: “Ninguém os procurou ainda porque há um consenso de que funcionário que recorre ao Sindicato ou à Justiça acaba ficando queimado no mercado de trabalho. A última coisa que se quer ver são portas se fecharem nesse momento dificílimo que atravessamos”.

O jornalista demitido pelo Terra disse que trabalhou anos na empresa sem nunca ter tido qualquer promoção, aumento ou salários próximos ao piso salarial ou jornada inferior à estabelecida por lei. “Precisei deixar a área para ter um aumento e melhores condições”, argumentou.
A demissão em massa noTerra criou um clima de terror entre os profissionais. “Ter dezenas de colegas e amigos demitidos de uma só vez me chateou demais e não gostaria que isso voltasse a acontecer”, argumentou ele.

Outro profissional demitido que não quis se identificar fez o seguinte desabafo: “Eu não sei o que vai ser da vida. Não sei o que vai ser dessa profissão tão ingrata que é o jornalismo e não sei o que vai ser de mim. Mas saibam que mais que um jornalista melhor, os colegas de Terra fizeram de mim uma pessoa melhor”.

 

Sem jornalistas

Em setembro de 2011, durante a Campanha Salarial daquele ano, dirigentes do SJSP tentaram visitar as redações dos portais Terra e IG e não puderam entrar. O motivo alegado foi que essas empresas não tinham jornalistas em seus quadros funcionais. O IG, através de e-mail enviado por sua gerência corporativa de RH, afirmou que “em nossa empresa não possuímos jornalistas e tampouco redação”.
Esse tipo de justificativa aconteceu por que os jornalistas dos Portais foram associados à revelia ao Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática (Sindiesp), que nada tem a ver com a categoria.

 
Para o presidente do SJSP, esses profissionais que cumprem claramente funções jornalísticas, estão filiados a um sindicato que não é o seu e com isso acabam sofrendo muitas perdas, pois realizam jornadas maiores do que prevista na Convenção Coletiva, com salários menores e com direitos diferentes dos jornalistas. “Recebemos várias reclamações de trabalhadores que prestam serviços para ess.es grandes portais e temos feito o possível para que essa situação anormal seja resolvida”, disse ele.

 
Em 2012, o SJSP conseguiu se reunir pela primeira vez com o Sindicato de Empresas de Internet do Estado de São Paulo (Seinesp), a qual os jornalistas que prestam serviço para grandes portais foram obrigados a se associar. Naquele ano, o então presidente da entidade, Roque Abdo reafirmou que a função de jornalista não fazia parte do quadro profissional das empresas de Internet. O Departamento Jurídico do Sindicato já entrou na Justiça para assegurar os direitos dos trabalhadores.

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