Em frente da Fiesp, profissional teve três dentes arrancados a golpe de porrete
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia a agressão covarde sofrida pelo jornalista Pio Redondo durante cobertura de manifestação contra o impeachment (golpe) da presidenta Dilma Rousseff realizada no último domingo, na avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp).
Pio Redondo tentava acalmar os ânimos de manifestantes que se aproximaram do prédio da Fiesp, – uma das financiadoras do golpe contra a presidenta, quando foi cercado por truculentos apoiadores do impeachment, que se mantém acampados em frente ao edifício que congrega os grandes industriais paulistas. Armados com porretes, barras de ferro e pedaços de pau, eles ameaçavam os manifestantes pró-Dilma. O jornalista tentou evitar um confronto entre eles, quando recebeu uma paulada na boca que lhe arrancou três dentes. Pio teve que ser medicado por um cirurgião dentista. É importante registrar que em momento algum houve a ação de policiais militares para evitar o confronto.
A direção do Sindicato exige do governador Geraldo Alckmin e das autoridades competentes de Segurança Pública a apuração e punição dos agressores. É inaceitável que elementos armados estejam acampados na principal avenida de São Paulo, apresentem postura agressiva contra a livre manifestação prevista na Constituição brasileira, e não sejam impedidos de praticarem atos de violência contra cidadãos, sobretudo contra um jornalista no exercício da profissão. O Sindicato recorrerá às instâncias da lei para exigir a punição dos responsáveis.
Este é o relato do jornalista Pio Redondo:
“Meus caros, obrigado a todos pela solidariedade! O clima provocado por esses moleques estava tão tenso e violento que foi muito, muito difícil evitar uma tragédia ali. Com certeza.
Mesmo com os caras ensandecidos, com barras de ferro, canos e porretes, a moçada, inconformada com as ameaças ostensivas, ofensas e agressões físicas, foi pra cima.
Não duvido que nas barracas haja outro tipo de arma. Cadê a PM do Alckmin? Os caras têm de sair de lá!
Não levei um soco. Foi um daqueles “instrumentos” que eles portavam. Veio de lado no meio daquela confusão enquanto tentava separar as pessoas. Três dentes a menos. Estou tomando as providências legais. Os caras tem de sair de lá, não são donos da calçada. A Paulista é a expressão da democracia em São Paulo.
Isso aí a Fiesp estimula e o governo Alckmin permite. São os ‘responsáveis’. Imagine controlando o país?
Não vai passar, não vai ter golpe!”
Fotos: Márcia Minillo e Nelsinho dos Santos (Jornalistas Livres)
Nas fotos, Pio Redondo tenta acalmar ânimos e agressores armados com paus, porretes e barras de ferro