Plataformas digitais são empresas de comunicação ou de tecnologia? Qual a legislação essas grandes corporações de tecnologia, as “big techs”, devem seguir no Brasil? Como está o cenário atual da comunicação com a chegada de um novo modelo de negócios predatório e cada vez mais hegemônico? Estas são algumas das questões a serem debatidas amanhã (quinta, 28.10) no painel sobre taxação das plataformas digitais da 11ª Semana da Comunicação do FiamFaam Centro Universitário. O encontro, a partir das 19h, contará com o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Thiago Tanji, e o vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, Paulo Zocchi, e tem mediação dos professores da instituição Maria Lúcia da Silva e Gean Gonçalves.
O tema da taxação das plataformas digitais é cada vez mais atual e importante, dada a centralidade das redes no cotidiano da sociedade. Uma discussão que precisa, portanto, ser considerada em suas várias faces, que vão desde a precarização do trabalho jornalísticos até a criação de um fundo de fomento, passando pela apropriação de conteúdo noticioso e transmissão de fake news. Como alerta o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Thiago Tanji: “Podemos ver no Brasil e no mundo, quanto mais o jornalismo se enfraquece, crescem as fake news, os projetos autoritários de poder e a desinformação geral da sociedade”. Para ele, “a criação de um fundo (de fomento ao jornalismo) é essencial não apenas para que os projetos jornalísticos tenham condições econômicas de se sustentarem, mas para incentivar iniciativas independentes, locais e que contribuam para a pluralidade da circulação das informações, seja do ponto de vista econômico, político ou cultural”.
Na mesma linha vai o vice-presidente da FENAJ, Paulo Zocchi, ao destacar que um fundo de suporte ao jornalismo pode contribuir para a corrigir as distorções no processo de produção das notícias. Ressaltou, porém, desde que a iniciativa contenha critérios de distribuição voltados para o favorecimento da democratização da comunicação no país, respeito aos direitos trabalhistas, combate o ‘deserto’ de notícias e promova a função social do jornalismo, que “atenda a demanda da população por uma comunicação ética, correta, relevante e de interesse público”.
Aproximar os estudantes de comunicação do universo sindical é um dos objetivos destacados pela professora Maria Lúcia da Silva, para quem “muitos alunos não compreendem o papel da organização de trabalhadores em torno de seus sindicatos e associações profissionais”. Maria Lúcia cita como exemplo as atuações das comissões de ética e de jornalistas pela igualdade social. Já o professor Gean Gonçalvez aponta que “nós, jornalistas, temos alimentado a circulação de dados e conteúdos do Google, Facebook, Amazon, Apple e Microsoft com muito pouca cooperação dessas organizações. O trabalho jornalístico precisa de respaldo financeiro, de formas de financiamento, que nos últimos anos foram totalmente deslocadas para as plataformas digitais”.
Os debates podem ser acompanhados no O link de acesso ao evento é:
[https://ca.bbcollab.com/guest/90c75e03f83745f2b6b6cd7de007f210